Produtores de feijão do sudoeste de São Paulo vivem um momento de incerteza. O ataque de pragas diminuiu a safra e o preço também causa desagrado. O agricultor Jair Rostelato já viu lavouras mais bonitas de feijão. A situação atual não agrada o produtor. Em 24 hectares o feijão preto não vingou. “Essa já está perdida. Eu não vou colocar mais nada nela. Não compensa. Na hora de vender, ninguém quer”, disse. Nos outros 48 hectares ocupados com o grão o seu Jair agora colhe o feijão carioca, variedade mais produzida no sudoeste de São Paulo. Ele teve bons rendimentos com a cultura na segunda safra do ano passado. Por isso, arrendou mais terras esperando lucro. Foi uma decepção. A área plantada duplicou e a produção deve ser a mesma, de 800 sacas. São mosquinhas que abalam a força das lavouras da região. A mosca branca é uma praga comum na soja. Mas quando se instala no feijão, ela se torna mais resistente porque fica na parte debaixo das folhas. Quando o produtor aplica o veneno, ela fica protegida. A safra anterior, colhida em novembro, rendeu 173 mil toneladas e o mercado não absorveu todo o feijão. O resultado foi uma queda nos preços. Hoje, a saca está sendo negociada por R$ 60,00. Há um ano o preço era de R$ 140,00. Os produtores pedem uma intervenção do governo para melhorar o preço. “A Conba está comprando feijão nos Estados de Goiás, Santa Catarina e no Paraná. Em São Paulo está parado. O pessoal da região está pedindo para liberar a verba, mas ainda não foi liberado. Então, esse estoque não consegue regular. Enquanto tiver o feijão velho no mercado, não vai melhorar o mercado do feijão. Ele vai continuar baixo”, disse Mário César Detro, corretor de feijão. Segundo a Conab, com o aumento da oferta em abril, a companhia vai disponibilizar R$ 10 milhões para compra de feijão no Estado.