Começou a colheita de feijão preto em Prudentópolis, no Paraná. A safra é considerada de boa qualidade. Mas, devido ao baixo preço da saca, muitos produtores preferem estocar o grão. As máquinas mal entraram no campo e o produtor comemora a colheita. O agricultor Jaime Meneghni plantou 30 hectares a mais de feijão, mas, ao contrário da primeira safra do ano, desta vez o clima ajudou. “O tempo foi 100%. Ele não teve problema. Não faltou chuva, não faltou sol. Foi excelente no tempo”, falou seu Jaime. Mas a abundância da safra repercutiu mal nos preços. Em janeiro, o preço da saca do feijão chegou a custar R$ 150,00. O produtor aumentou a área plantada. Hoje, no momento da colheita, ele está recebendo R$ 65,00, menos da metade. Outros fatores também contribuíram para a queda. “A importação do feijão da China e o próprio aumento da segunda safra a nível de Brasil. Tudo isso leva o mercado a especular e baixar o preço”, explicou Divanzir Batista, técnico agrícola da Emater. Para ajudar o produtor o governo federal está comprando parte da produção. O preço mínimo garantido pela Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, é de R$ 80,00 por saca. Só no Paraná, a expectativa é comprar 20 mil toneladas, mas muitos produtores, como Romildo Salanti, preferem não vender. “Vamos estocar o produto e segurar para ver o que vai acontecer. Se Deus quiser, dá uma melhorada e a gente consegue aumentar a margem de lucro, que está pequena”, disse seu Romildo. Um armazém está credenciado pelo governo para guardar os grãos. Por enquanto, tem espaço de sobra. Por enquanto, apenas 17% da safra de feijão foi colhida, de acordo com a Secretaria de Agricultura do Paraná.