Em Mato Grosso, o bom comportamento do clima está tranquilizando os produtores de milho safrinha. Eles investiram menos e, mesmo assim, as lavouras se desenvolvem bem. O agricultor Leonildo Barei plantou 200 hectares de milho safrinha em Sinop, no norte de Mato Grosso. A área é a mesma do ano passado. Mas ele conta que reduziu a adubação pela metade para diminuir os custos, o que deve impactar na produtividade. “A redução do fertilizante direto foi brusca. A gente reduziu o máximo que podia usando o que temos no solo. Como em vários anos plantamos com boa adubação, esse ano, tanto na soja quanto no milho, a gente vem reduzindo. Senão, não dá para produzir”, explicou seu Leonildo. Muitos agricultores em Mato Grosso investiram menos em tecnologia. Mesmo assim, estão satisfeitos com a lavoura. O clima foi generoso este ano e o milho apresenta um bom desenvolvimento. O agricultor Jaime Farinon espera colher uma média de 60 sacas por hectare. Daqui a dois meses ele quer ver os silos cheios. Já comercializou 30% da produção. Ele fez um contrato de opção com o governo a R$ 15,00 a saca para receber em setembro. Com os descontos, o valor caiu um pouco. Mesmo assim, ele disse que está satisfeito. “Baixamos o preço. Sobrará para o produtor R$ 14,00 ao invés dos R$ 15,00. Temos mais a parte de armazenagem, que dá mais R$ 1,00 por saca e vai para R$ 13,00. Tem mais o frete. Vai sobrar R$ 12,00 para o produtor. Eu acho que, sendo safrinha, com a crise mundial e com o custo de todas as formas, ainda estamos tendo um resultado bom”, avaliou seu Jaime. De acordo com a Conab, o Estado deve produzir 6.169 milhões de toneladas de milho na safrinha. Isso representa 12% a menos que a colheita de milho safrinha de 2008.