Safra - Armazéns cheios geram filas de caminhões no RS
Data:
09/04/2009
A lotação dos silos no Rio Grande do Sul com 3,5 milhões de toneladas de milho e 800 mil toneladas de trigo por comercializar está provocando congestionamento de caminhões. Sem espaço, cooperativas e produtores usam os veículos como depósitos ambulantes de soja. Ontem, na região Metropolitana, dezenas de caminhões graneleiros estacionavam na avenida Guilherme Schell, em Canoas, com a intenção de descarregar cargas de soja em uma fabricante de óleo, em uma espera de horas. O comboio prejudica também o comércio, tendo em vista que os veículos bloqueiam o acesso aos estabelecimentos. Além do comprometimento da capacidade estadual de armazenagem, a aceleração da colheita da oleaginosa, que começou mais cedo neste ano, pegou grande parte da frota de caminhões ainda no transporte da safra no Centro-Oeste. A previsão é que eles só venham para o Estado após a Semana Santa. Com isso, o frete subiu de preço, diz o gerente de negócios da Cooplantio, Marcelo Faria. O valor por tonelada transportada de Palmeira das Missões para o Porto de Rio Grande, que deveria estar em torno de R$ 62,00, custa hoje R$ 74,00. A situação pode se agravar com o avanço da colheita na próxima semana. Segundo o economista Tarcísio Minetto, o produtor tende a postergar ao máximo a negociação de milho na expectativa de um melhor preço e só irá vender, tanto para o mercado interno quanto para o externo, a medida que se aproximar o vencimento dos contratos de custeio no final deste mês. O presidente da Federação dos Caminhoneiros do Estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Eder Dal’Lago, alerta que os caminhoneiros devem fazer uso dos seus direitos. Desde 2007, vigora no país a lei 11.442, que prevê pagamento de adicional sempre que o período de espera para carga e descarga ultrapassar cinco horas. Nestes casos, os embarcadores têm obrigação de pagar R$ 1,00 por tonelada a cada hora parada. 'Não podemos pagar a conta pelas deficiências de armazenagem no Estado', frisou.