Registro - Produtor gaúcho reduz compra de fertilizantes
Data:
15/04/2009
As vendas de fertilizantes caíram 30,79% no Rio Grande do Sul durante o primeiro trimestre de 2009, índice que, apesar de elevado, foi considerado normal pelo setor, se comparado aos resultados atípicos de 2008. No ano passado, ao contrário do que costuma ocorrer, os agricultores anteciparam a compra do adubo, com medo de que o produto viesse a subir, fato que depois acabou se confirmando. Em épocas normais, apenas 30% do volume de fertilizantes comercializados no ano eram adquiridos no primeiro semestre para implantação das lavouras de inverno. Em 2008, esse volume ultrapassou 50% no mesmo período. "A especulação foi muito grande no início de 2008 e agora está mais branda", explicou o presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), Torvaldo Marzolla. Na opinião do dirigente, o temor frente à crise também tem feito com que os agricultores posterguem a aquisição dos insumos. A preocupação dos produtores com os preços dos fertilizantes é menor neste ano, já que as cotações, segundo Marzolla, seguem tendência de queda. "Destes que chegaram ao ápice no ano passado já caíram mais de 30%", disse. Os motivos para a queda são a redução dos preços do petróleo, que puxou para baixo os valores do nitrogênio e do fósforo, dois dos principais elementos que compõem a fórmula dos fertilizantes. Os valores só não caíram mais em função do incremento nos preços do potássio e da valorização do dólar. Conforme dados do Siargs, foram entregues 257 mil toneladas de fertilizantes durante o primeiro trimestre no mercado gaúcho contra as 470 mil toneladas vendidas no mesmo período do ano passado. No País, conforme a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), as vendas de adubos somaram 4,5 milhões de toneladas, queda de 9,8%, se comparado com o mesmo período de 2008. Os números surpreenderam positivamente a indústria, que trabalhava com a perspectiva de entregar um milhão de toneladas por mês no primeiro trimestre, segundo o diretor-executivo da Anda, Eduardo Daher. "Não podemos falar em tendência de crescimento, mas o setor está respondendo bem à crise com um desempenho acima das expectativas iniciais", afirmou. No primeiro trimestre de 2008, as vendas somaram 5,4 milhões de toneladas.
Leilão de Opções de arroz comercializa 75% da oferta O leilão de opção de arroz realizado ontem pela COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) negociou 2.439 contratos dos 3.260 ofertados no Rio Grande do Sul, representando 75% do total. Em Santa Catarina o interesse foi ainda menor, com apenas 106 contratos negociados dos 444 ofertados. O pregão apresentou interesse moderado principalmente pela expectativa do produtor de que o mercado físico vá remunerar um preço mais atrativo que o valor do vencimento da opção cotado a R$ 30,35, para 1 de outubro. A demanda maior ocorreu nas regiões em que os preços de mercado estão abaixo da média do Estado, estipulado hoje em R$ 27,77, como na Campanha, Depressão Central e Fronteira-Oeste. Além de promover um seguro de preços, o mecanismo também proporciona melhor equalização nos preços de mercado, permitindo que a demanda pelo produto seja maior em municípios com cotações menos atrativas, criando um novo vetor na formação da tarifa. O comportamento do produtor que tem mantido a oferta bastante moderada em plena safra e que tem contribuído para a estabilidade dos preços, em torno de R$ 28,00 no Estado, também reflete a vontade de buscar uma remuneração mais compatível com os custos de produção do cereal, que subiram mais de 25%, alcançando R$ 33,00 a saca.