Justiça garante retirada do arroz da áreaUm esquema montado pela Justiça garantiu que caminhões carregados de arroz pudessem deixar, sem conflitos, o Assentamento Santa Rita de Cássia II, em Nova Santa Rita, na tarde de ontem. Para evitar o embate entre os assentados do MST e os arrendatários dos 800 hectares, foi necessária a presença de duas viaturas da Polícia Federal e uma da Brigada Militar. A divergência entre os dois lados se dá pelo valor do arrendamento da área, cujo uso original foi atribuído pelo Incra a cerca de cem famílias do MST. Desde o ano passado, quatro produtores de Santa Catarina estão manejando as terras com a autorização do movimento, embora seja proibido arrendar terras de assentamento. Conforme um dos produtores, que prefere não se identificar, temendo represálias, os quatro arrendatários ficaram responsáveis por preparar a terra para o plantio – o que exige um alto investimento inicial, de cerca de R$ 5 mil por hectare – e dar 18 mil sacas da produção (o equivalente a 50 caminhões) para o MST. Mas este valor teria sido dobrado pelo próprio Incra. O oficial de Justiça Marcelo Leite, da Justiça Federal de Canoas, que esteve no local na quarta-feira, afirma que a decisão de qual parte do montante ficará com o MST será feita por um juiz, por isso a saída de toda a colheita será monitorada. Além disso, a Justiça definiu que os caminhões carregados só podem deixar a área no período da tarde – a colheita será feita pela manhã e à noite. O arroz é levado para Santo Antônio da Patrulha e Triunfo, no Estado, e também para Santa Catarina, onde ficará armazenado até a decisão. Na terça-feira, uma operação foi realizada em dois acampamentos que estão se formando junto ao Santa Rita de Cássia II, em busca de armas. Na ocasião, foi entregue a ordem de saída das famílias do local. Um helicóptero da BM participou da ação, mas nenhum armamento foi encontrado.