Entre as medidas pleiteadas estão reajuste linear e ampliação da redução de ICMS para todo o Brasil. Representantes de cooperativas, federações ligadas ao agronegócio, dos governos federal e estadual e parlamentares estiveram reunidos ontem, na Capital, para definir propostas que possam estimular o plantio de trigo no Rio Grande do Sul. Com a quebra nas safras de soja e no milho – calculada em 2 milhões de toneladas e que deve frustrar a circulação financeira em R$ 1,2 bilhão –, o presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, acredita que o Estado não pode se dar ao luxo de ter recuo na colheita de inverno. 'Se o produtor não tiver retorno não vai plantar.' A pressão deve contar com apoio das prefeituras. Uma das estratégias é evitar a importação de 500 mil toneladas de trigo russo brando com isenção de Tarifa Externa Comum (TEC), pois o produto concorre com o gaúcho. O setor também quer o mesmo índice de aumento dos preços mínimos, reajustados pelo governo federal de acordo com a classificação. Do Piratini, é cobrada ampliação para todo o país da redução de ICMS de 12% para 2%, válida até 30 de junho nas vendas para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ainda é reivindicada a liberação de recursos para apoio à comercialização. 'As medidas facilitariam a situação do produtor, que pode reavaliar o plantio', diz Polidoro. Durante a reunião, a Fecoagro apresentou o custo de produção da saca de trigo para a safra 2009, que será plantada a partir de maio. Apesar da redução de 4,94% em função da queda na cotação dos agroquímicos, o economista Tarcísio Minetto alerta que o produtor ainda perde dinheiro. O custo, data-base 1º de abril, é de R$ 34,28 a saca, enquanto o preço médio de mercado é de R$ 24,52. Na avaliação do assistente técnico estadual da Emater Ataides Jacobsen, em favor do trigo gaúcho está a perspectiva de estoques mais apertados no hemisfério Norte na época de colheita no RS. O Estado ainda tem 800 mil toneladas da safra anterior, quando foram colhidos 2 milhões de toneladas do cereal.
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Entre as medidas pleiteadas estão reajuste linear e ampliação da redução de ICMS para todo o Brasil.