O excesso de chuva está atrasando a colheita da soja no noroeste de Minas. Ao primeiro sinal de estiagem, os produtores se apressam em colocar as máquinas no campo. O produtor Cláudio Consone olha preocupado para as nuvens escuras e a plantação de soja. Nos 2.500 hectares do grão plantado em Presidente Olegário, no noroeste de Minas, a colheita está rendendo 58 sacas por hectare, mas está atrasada. A chuva que faltou na época do plantio, agora é abundante e sinaliza prejuízos. “É um somatório de fatores. Você vai ter um produto de qualidade inferior, porque já foi atingido pelo excesso de umidade. Você vai ter um frete mais caro, porque você vai estar transportando um produto com umidade maior, você está pagando frete de água, que vai ser descontado no destino final. E você vai ter um atraso nas suas contas para pagar, porque você precisa retirar o produto para vender e pagar suas contas, então você tem os juros em cima do que você está devendo”, explica ele. Em Minas Gerais, a soja ocupa uma área de 900 mil hectares e, por conta do excesso de chuvas, a colheita está atrasada. Até agora, menos da metade foi colhida. Em outra propriedade, também em Presidente Olegário, os 2.500 hectares foram reservados para a semente. Cerca de 20% não serviram mais. Para não ter mais prejuízo, o agricultor colocou todas as máquinas no trabalho e ainda vai alugar outras. “Agora com a estiagem, nós estamos aproveitando. Fez a aquisição de mais uma máquina, terceirizando mais colheitadeiras, para agilizar e aproveitar os dias de sol”, diz José Brás, agricultor. De acordo com a última estimativa da Conab, Minas Gerais deve colher cerca de dois milhões e seiscentas mil toneladas de soja, cinco por cento mais que na safra anterior.