A quebra no milho e na soja evitou o agravamento dos problemas para armazenagem da colheita. A colheita simultânea de arroz e soja, aliada aos estoques de milho e de trigo da safra passada, está levando muitas cooperativas gaúchas a operarem no limite da capacidade de armazenagem. A solução tem sido escoar rapidamente a produção de soja para o porto e indústrias locais ou depositar o milho e o trigo em armazéns alugados. As duas alternativas implicam maiores custos com locação e com frete, mais caro nesta época do ano, o que tende a reduzir as margens de lucro dos produtores. A falta de espaço para estocar a safra de grãos é um problema histórico no Estado. Este ano, alguns fatores contribuíram para agravar as dificuldades, principalmente naquelas regiões que recebem grande volume de soja. Em primeiro lugar, uma parcela do trigo vendido ao governo no ano passado ainda se encontra depositada nos armazéns públicos e de cooperativas – o volume total depositado no Estado é estimado entre 800 e 900 mil toneladas. Além disso, a maioria dos produtores ainda não vendeu o milho colhido. Por último, a estiagem das últimas semanas antecipou a colheita das variedades médias e tardias da soja. – A concentração da colheita num período menor agrava o problema ao estrangular também a capacidade de escoamento da safra, especialmente no Planalto e Noroeste do Estado, grandes regiões produtoras de milho e soja – afirma Carlos Faria, Superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Estado. Várias cooperativas estão conseguindo contornar as dificuldades porque a colheita está menor. Os grãos mais secos também favorecem o embarque imediato de parte da soja para o porto e indústrias processadoras. O aluguel de armazéns de terceiros ou da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) – com armazéns em 23 municípios – é outra opção.
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A quebra no milho e na soja evitou o agravamento dos problemas para armazenagem da colheita. 