Trigo - Estiagem prolongada já ameaça a safra de inverno
Data:
08/05/2009
Após causar prejuízos irreversíveis nas safras de soja e milho do Rio Grande do Sul, a prolongada estiagem agora ameaça o trigo. O começo do plantio, previsto para segunda quinzena deste mês, pode atrasar se não chover o suficiente para reposição da umidade do solo nas próximas duas semanas. Entre as regiões que iniciam o cultivo mais cedo está o Alto Uruguai, castigado pela seca. Em 2008, o RS produziu 2 milhões de toneladas em 974,94 mil hectares. As perspectivas são desanimadoras para os triticultores, que aguardam medidas do governo federal que amenizem uma provável retração de área gerada pelo desestímulo com o preço, achatado pelo estoque de 800 mil toneladas. O presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, espera a evolução das variáveis para estimar recuo de área no Estado. Pelo oitavo levantamento da Conab, apresentado ontem, a redução na nova safra nacional seria de 9,2% em relação à de 2008, em 5,46 milhões de toneladas. Ainda não há projeção para o Estado, pois o cultivo não começou. A pesquisa, penúltima envolvendo grãos de verão, oficializa os impactos da seca na região Sul e quebra a sequência de dois meses de crescimento na safra nacional. Os números revelam uma colheita de 136,59 milhões de toneladas, 0,7% menor que as 137,57 milhões t projetadas no mês passado. No Rio Grande do Sul, com os recuos na soja e milho (ver quadro), a estimativa é colher 22,58 milhões de toneladas, queda de 0,2%. Para o superintendente da Conab/RS, Carlos Farias, o volume está próximo do definitivo. A maior retração ocorre no milho safrinha, cultura mais atingida, que não passaria de 17,41 milhões de toneladas, ou 624 mil toneladas a menos em relação a abril. As plantações de soja registram redução de 518,10 mil toneladas. Com isso, o Brasil deve colher 57,62 milhões de toneladas. Nesta semana, a Emater também revisou suas projeções. Segundo levantamento conjuntural, a perda no milho foi de 24,4%, na soja, de 9,6% e no feijão, 10,16%.