A falta de chuvas no Sul do país comprometeu parte da colheita de grãos em municípios importantes da região e derrubou as estimativas oficiais. A atual safra, conforme previsões divulgadas ontem pela COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), alcançará 136 milhões de toneladas - volume bem mais modesto do que o calculado no início do ano e distante do saldo obtido em 2008 (146 milhões de toneladas, de acordo com o IBGE, e 144,1 milhões de toneladas, segundo a CONAB).
O milho foi a cultura que mais sofreu com o clima instável em Mato Grosso e, principalmente, no Paraná. A soja e o feijão também amargaram impactos negativos. Já o arroz terá um incremento de produção, assim como o trigo. Em um ano marcado por dificuldades de crédito e alto endividamento, o desempenho do campo vem sendo acompanhado de perto pelo governo.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que apesar da estiagem o Brasil terá uma boa safra de grãos. "Se descontarmos os efeitos da seca, poderíamos ter ainda a melhor safra", explicou. Segundo ele, o produtor está disposto a ocupar e a produzir nas áreas que estão em uso, mas o clima ainda é uma aposta a ser considerada. "Com certeza haverá algum reflexo no plantio da próxima safra por causa da falta de chuvas. Não é possível saber se a área vai se manter", completou. Como forma de não prejudicar o plantio do ciclo agrícola 2010, o governo lançou medidas de incentivo e abriu novas linhas de crédito durante o primeiro trimestre. Os resultados, segundo Stephanes, são satisfatórios.