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Trigo - Na esperança de bons preços
Data: 08/05/2009
 
Tempo seco ainda não prejudicou o plantio do principal cultivo de inverno
Não é só a seca que pode prejudicar o plantio de trigo em solo gaúcho. A baixa cotação do cereal, a descapitalização dos produtores e o risco de prejuízo durante o desenvolvimento da planta desanimam os agricultores a investir na principal cultura de inverno no Estado. Mas a perspectiva de uma melhora nas cotações, segundo analistas, representa uma luz no fim do túnel.

A Emater ainda não finalizou o relatório de intenção de plantio de trigo nos municípios. Por enquanto, previsões otimistas apontam área cultivada semelhante à do ano passado, de 974,9 mil hectares, e pessimistas dão conta de redução de até 10% nesse número. Em 2008, o Estado colheu 2,043 milhões de toneladas do cereal.

Assistente técnico regional da Emater em Passo Fundo, Cláudio Dóro acredita em redução na área. Por enquanto, diz ele, a falta de chuva não prejudica o plantio.

– O forte do plantio é entre o final de maio e junho. O produtor está desanimado com o mercado – diz Dóro.

Para o analista de mercado de trigo da Safras & Mercado, Elcio Bento, o cenário não é tão desolador e o Estado pode manter a área cultivada do ano passado. Segundo o analista, a redução no custo de produção e a perspectiva de que o preço aumente no decorrer do ano devem mobilizar os produtores a investir no trigo.

Em comparação a 2008, o custo de plantio foi reduzido em torno de 6%. Mas, conforme o presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim, isso não anima os agricultores. Com o preço atual na casa dos R$ 24, o produtor precisa de alto redimento e qualidade no grão para obter lucro.

– Ainda há trigo estocado aqui no Estado e no Paraná. E como os moinhos estão com estoque, o preço deve continuar ruim – destacou Jardim.

Nem mesmo o reajuste do preço mínimo, anunciado pelo governo federal, deu novo ânimo aos triticultores

– Quem acaba regulando o preço é o mercado – frisou Argemiro Brum, da Central Internacional de Análises Econômicas e Estudos de Mercado Agropecuário da Unijuí.


Fonte: Zero Hora
 
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