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Safra - Seca reduz previsão de ganhos com grãos no Sul em R$ 3,8 bi
Data: 12/05/2009
 
Desde o mês de fevereiro, 344 cidades de RS, SC e PR decretaram emergência por causa da estiagem.

A estiagem que atinge a região Sul desde fevereiro, com 344 cidades decretando situação de emergência, deverá causar perda de R$ 3,8 bilhões -7,2 milhões de toneladas de grãos deixarão de ser colhidas.

Os números foram calculados pela Folha com base em informações dos governos do Paraná e de Santa Catarina e, no Rio Grande do Sul, pela Emater-RS (Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural). Foram levados em consideração preços de abril.

Maior produtor de grãos da região, o Paraná é o que deve apresentar mais perdas. Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná), os produtores deixarão de receber R$ 3,3 bilhões com as três principais culturas de verão do Estado: milho, feijão e soja. O cálculo não inclui o trigo, cultura de inverno que ainda não foi plantada.

Os produtores gaúchos colheram 1,1 milhão de toneladas a menos de arroz, feijão, milho e soja. As perdas são estimadas em R$ 364 milhões. Em Santa Catarina, a diferença entre a colheita e a previsão inicial chega a R$ 188 milhões.

"Há tempos não havia uma estiagem tão prolongada nessa época [de fevereiro a abril]", diz a agrônoma do Deral Margoreth Demarchi.

A diretora técnica da Emater-RS, Águeda Marcéi Mezomo, afirma que a seca impediu a ocorrência de uma supersafra no Estado. A previsão inicial era a de obter a segunda maior produção desde 1991, com 22,14 milhões de toneladas de grãos, mas deve ficar em 21,28 milhões de toneladas.

O milho foi o produto mais afetado nos três Estados. A previsão era que fossem colhidos 23,6 milhões de toneladas, mas, por causa da seca, 4,5 milhões devem ser perdidos.

Levantamento da CONAB (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO) mostra que a safra de grãos no país terá redução de 5,2%. Na temporada passada foram produzidos 144,1 milhões de toneladas. Agora, devem ser 136,5 milhões.

Na região Sul, a estimativa de perda é maior. Chega a 8%. Na safra passada foram produzidos 59,6 milhões de toneladas de grãos. Neste ano, a previsão é de 54,8 milhões.

Para os produtores, os cálculos dos órgãos oficiais não levam em conta as perdas futuras, como a do plantio do trigo. A Federação da Agricultura do Estado do Paraná estima que o prejuízo deva chegar a R$ 4,3 bilhões. Em Santa Catarina, o número é de R$ 500 milhões.

Os rizicultores se beneficiaram com a estiagem. No Rio Grande do Sul, o tempo seco facilitou a colheita e possibilitou produção 4,38% maior. A estimativa passou de 7 milhões para 7,3 milhões de toneladas.

Fonte: Folha de São Paulo
 
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