Os preços da soja avançaram ontem na Bolsa de Chicago para a maior alta em sete meses, e o milho voltou a se recuperar após um dia de estabilidade. Conforme analistas, o mercado voltou a identificar sinais visíveis de que a demanda global por esses produtos está em ascensão e que os estoques nos Estados Unidos, maior produtor e exportador desses dois grãos não serão suficientes para atender à procura.
As vendas de soja para exportações nas quatro semanas encerradas em 7 de maio mais do que duplicaram frente ao mesmo período do ano anterior, informou o Departamento de Agricultura dos EUA (Usda) ontem. As vendas de farelo de soja para rações avançaram 92% frente a semana anterior. O Usda também divulgou novas vendas de soja de 120 mil toneladas para a China. As vendas de milho na semana passada registraram uma alta de 59%, informou o departamento. Ontem, os papéis da oleaginosa com entrega para julho ficaram em US$ 11,475 o bushel (27,2 quilos), valorização de 1,7%.
"As vendas de exportações foram melhores do que o esperado na semana passada", disse Roy Huckabay, vice-presidente executivo da Linn Group em Chicago, "Os traders no exterior estão muito mais preocupados a respeito dos declínios nos fornecimentos dos EUA que os próprios traders dos EUA ."
Os preços também avançaram, à medida que as chuvas atrasam o plantio no Meio-Oeste, explicou Huckabay. Alguns campos do Kansas a Ohio poderão receber mais de 10 cm (4 polegadas) em chuvas nos próximos cinco dias, depois de receberem mais de 6 cm (2,5 polegadas) nas últimas 24 horas, disse Mike Tannura, meteorologista da T-Storm Weather, em Chicago. Alguns campos receberão o equivalente a um mês de chuvas nos próximos cinco dias, acrescentou.
O plantio de milho nos 18 principais estados produtores, que semearam 92% da colheita do ano passado, avançou para cerca de 48% esta semana, acima dos 33% na semana anterior, disse o Usda em 11 de maio. A média foi de 71% nessa época de 2004 a 2008. Os papéis do grão com entrega para julho fecharam em US$ 4,2825 o bushel (25,4 quilos), alta de 0,4%.
Além da demanda, as adversidades climáticas nos Estados Unidos também valorizaram o trigo cotado em Chicago. Os contratos com entrega para julho ficaram em US$ 5,9325 o bushel (27,2 quilos), alta de 0,7%.