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Armazenagem - Conab quer dobrar capacidade de estocagem
Data: 19/05/2009
 
Investimento de R$ 84 milhões até 2010 elevaria espaço de armazenamento de 2,1 milhões para 4 milhões de toneladas.

Para ampliar a capacidade de controle do preço interno dos alimentos, algo estratégico em meio a crises econômicas e climáticas, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) pretende dobrar a capacidade de estocagem dos armazéns da companhia até o final de 2010.

A atual capacidade, de 2,1 milhões de toneladas em armazéns próprios, saltaria para 4 milhões no ano que vem.

Para isso, a companhia obteve aval da equipe econômica do governo para colocar em prática um plano que prevê a reforma e a ampliação de 30 unidades armazenadoras consideradas estratégicas por sua localização no interior do país.

Entre elas, estão Uberlândia (MG), Rio Verde (GO), Rondonópolis (MT) e Ponta Grossa (PR). O investimento total previsto é de R$ 84 milhões, sendo R$ 45 milhões em 2009 e R$ 39 milhões em 2010.

Atualmente, a Conab mantém em estoque cerca de 2,8 milhões de toneladas de produtos, usando para isso, além de sua rede própria, espaços alugados em cerca de 600 armazéns particulares.

Sobre a atual capacidade de estocagem em armazéns próprios, Ricardo Colombini, diretor de Operações e Abastecimento da Conab, afirma que ela pode ficar comprometida diante do crescimento da produção nacional de grãos, estimada em 135 milhões de toneladas na safra 2008/2009.

"Fica comprometida na medida em que o Brasil avança com a produção de grãos. Por isso, até o final de 2010 nosso planejamento é atingir a capacidade entre 3,5 milhões e 4 milhões de toneladas. Com maior capacidade de estocagem, temos mais poder de intervenção no mercado."

Como pano de fundo da ampliação da capacidade de armazenamento estão os estoques reguladores e estratégicos, que dependem tanto do mercado nacional como do internacional. Um exemplo, segundo a própria Conab: se os Estados Unidos elevam sua produção de milho, o preço mundial desse produto tende a despencar, o que, no Brasil, pode levá-lo a um patamar abaixo do preço mínimo definido pelo Ministério da Agricultura. Diante disso, o governo compra determinada quantidade de milho para ampliar seus estoques e, como consequência, manter o preço no mercado interno.

Também pode ocorrer um caminho inverso: diante do aumento do preço do produto, o governo entra no mercado para baixá-lo, vendendo parte de seus estoques estratégicos.

Outro exemplo: com a atual seca no Sul, o Ministério do Desenvolvimento Agrário conseguiu que a Conab, com seu estoque estratégico de milho, ofereça a saca do produto ao preço mínimo de R$ 16,50. Isso porque, com a estiagem (demanda sem oferta), o valor de mercado da saca subiu para R$ 20.

Além do investimento na ampliação e na modernização dessas 30 unidades, existe o planejamento de instalação de cinco unidades metálicas, conhecidas como silos, com capacidade de até 50 mil toneladas cada e instaladas também em pontos estratégicos do país.

Fonte: Folha de São Paulo
 
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