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Soja - China sinaliza desaceleração na demanda por soja e carne
Data: 19/05/2009
 
Em meio a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, o mês de maio poderá ser o último a apresentar uma demanda acelerada pelos produtos que compõe o complexo soja - um dos principais itens brasileiros na pauta de exportação para o País. As empresas processadoras chinesas dão sinais de que seus estoques estão próximos do limite e já faz pequenas vendas da commodity industrializada. Além disso, algumas tradings admitem que a China já reduziu a contratação de carregamentos de soja para os meses de julho e agosto.

Na última semana, o gigante asiático sinalizou um discreto recuo, cujo reflexo foi a maior queda da oleaginosa na Bolsa de Chicago em sete meses. A estatal China National Grain and Oils Information Center informou à Bloomberg que as processadoras na China podem desacelerar as aquisições nas próximas semanas, devido à demanda fraca por óleo vegetal à base de soja e rações. Imediatamente, os agentes do mercado entenderam que os importadores reduzirão as compras dos Estados Unidos, onde as vendas para a China avançaram 42% desde setembro.

"Caso a China comece a cancelar as vendas ou pare de comprar, haverá uma sequência negativa", disse Alan Kluis, presidente da Northland Commodities em Minneapolis. "O ganho nos preços torna a soja menos atraente" para os compradores em países onde a recessão desacelera a demanda por alimentos e rações, disse Kluis.

Mercado interno

Por enquanto, os preços internos não estão sendo influenciados por uma possível reversão na demanda chinesa. Na última semana, os preços do grão em Paranaguá atingiram o maior patamar do ano, cotado a R$ 53,51 a saca, na última sexta-feira. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços continuam sendo impulsionados pela demanda chinesa e pela forte quebra na safra da Argentina. "Este cenário trouxe um aperto nos estoques mundiais", avalia Lucilio Alves, pesquisador do Cepea.

Pelo menos até o final do mês de maio, a frequencia dos embarques está assegurada. Há navios que deverão transportar soja para a China que estão com o carregamento atrasado. O acúmulo de produto para ser transportado se deve ao forte incremento no volume de exportações de soja do Brasil para o país asiático. No acumulado do ano até abril, o montante contratado pelos chineses aumentou de 2,5 milhões de toneladas para 4,26 milhões, um incremento de 46%. Com esse número, o Brasil se mostra bem acima da média mundial. Segundo dados da Administração Geral de Alfândegas da China, as importações globais de soja nos quatro primeiros meses do ano subiram 36,2% ante o mesmo período do ano anterior.

Carne

A desaceleração da demanda das esmagadoras chinesas por farelo de soja pode denunciar a redução na demanda por carne na China, uma vez que o principal destino do produto é a alimentação animal. Na primeira quinzena de maio, o país exportou 85 mil toneladas de farelo, superando em 50% o volume vendido no mês anterior.

Uma queda na produção e consumo de carne na China impactaria diretamente o Brasil. O presidente Lula desembarcou ontem em Pequim tendo como um dos principais objetivos destravar as negociações para a ampliação da cota brasileira de carne ao país asiático. Na última sexta-feira, Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, teve mais uma rodada de negociação com autoridades chinesas e, até então, as expectativas eram boas.

O mês de maio poderá ser o último a ter uma demanda acelerada por parte da China por produtos que compõem o complexo soja - um dos principais itens brasileiros na pauta de exportação ao gigante asiático. As empresas processadoras chinesas dão sinais de que seus estoques estão próximos do limite e já fazem pequenas vendas da commodity industrializada. Além disso, algumas tradings admitem que a China já reduziu a contratação de carregamentos de soja para julho e agosto.

Imediatamente, os agentes do mercado entenderam que os importadores reduzirão as compras dos Estados Unidos, onde as vendas para a China avançaram 42% desde setembro. Por enquanto, os preços internos no Brasil não estão sendo influenciados por uma possível reversão da demanda chinesa. Na última sexta-feira, a cotação do grão em Paranaguá atingiu o maior patamar do ano, chegando a R$ 53,51 a saca.

Em Pequim, em visita que começou ontem, o presidente Lula deve colocar, além da soja, o etanol e o biodiesel como um dos assuntos principais da pauta. Em entrevista a uma revista chinesa, Lula afirmou que o País pretende vender mais biocombustíveis à China, além de fornecer tecnologia para a produção de etanol de cana-de-açúcar aos produtores do país.

Ontem, o governo chinês anunciou um plano de estímulo para a indústria de petróleo e petroquímica: o país quer aumentar em 18% sua capacidade de processamento, passando a 8,13 milhões de barris por dia.

Fonte: DCI - São Paulo
 
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