Agricultores gaúchos atingidos pela seca consideraram insuficientes as medidas de ajuda oferecidas pelo governo. Houve protesto em várias regiões do Estado.
O pacote prevê a prorrogação das parcelas do Pronaf Custeio em até três anos e dos contratos de investimento em até um ano. Os agricultores também poderão contratar linhas de crédito de até R$ 1,5 mil com juro de 0,5% ao ano e pagamento em até dois anos, além de comprar até 50 sacas de milho da Conab por R$ 16,50 a saca para alimentar os animais.
As medidas só valem para os pequenos produtores dos municípios que decretaram situação de emergência e que já tiveram o pedido homologado pelo governo do Estado.
Para o agricultor Orlando Renz, que tem dívidas de R$ 60 mil, o pacote só vai adiar o pagamento da conta. “Pago numa ponta e falta a outra. Eu pago o banco e fica a cooperativa para trás”, disse.
O descontentamento com as medidas levou 16 municípios da região norte, como Novo Barreiro, a paralisar os serviços públicos por uma hora. Em Nonoai, integrantes do Movimento Atingidos por Barragens bloquearam por três horas a RS-406, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina. Na fronteira oeste, a manifestação foi do movimento dos pequenos agricultores. Já colonos ligados ao MST fizeram uma grande caminhada pelas ruas de Guaíba, na região metropolitana. Os movimentos alegam que os grandes produtores rurais são mais beneficiados que os pequenos.
O ministro da Integração Nacional, Gedel Vieira Lima, disse, em Brasília, que o governo deve disponibilizar mais R$ 700 milhões para os municípios atingidos pela seca no Sul. A liberação do dinheiro deve ser feita por medida provisória ainda esta semana.