Soja - Oferta de soja norte-americana não deve cair ainda mais, diz Bunge
Data:
20/05/2009
Os estoques de soja dos Estados Unidos, que, segundo o governo norte-americano, se encaminham para registrar sua baixa recorde dos últimos cinco anos, não deverão cair muito mais, previu Carl Hausmann, principal executivo da Bunge North America Inc.
Antes da próxima safra, as reservas não serão inferiores ao volume de 100 milhões a 130 milhões de bushels computado a 31 de agosto deste ano, disse Hausmann ontem em entrevista concedida no Forum Agrícola Mundial em St. Louis, no Estado norte- americano de Missouri. A Bunge Ltd. é a maior processadora mundial de oleaginosas.
"Não acredito que os estoques americanos possam ficar abaixo de 100 milhões de bushels", disse Hausmann. "Se eles parecerem estar baixando, teremos um aumento dos preços, e não uma queda maior dos estoques armazenados."
A safra de soja dos Estados Unidos, o maior produtor e exportador mundial do grão, vai alcançar o recorde de 3,195 bilhões de bushels este ano (86,94 milhões de toneladas). Na safra passada a produção local ficou em 2,959 bilhões de bushels de 2008, segundo informou na semana passada o Departamento de Agricultura dos EUA (Usda pelas iniciais em inglês).
Os estoques de reserva de 31 de agosto deste ano estão projetados para alcançar 130 milhões de bushels. O aumento da produção vai ampliar os estoques do ano que vem para 230 milhões de bushels, disse o USDA.
Custo do milho A baixa da oferta, e a alta dos custos de produzir milho, que disputa área agricultável com a soja, fará com que os produtores rurais plantem um recorde de 30,8 milhões de hectares da oleaginosa, disse o USDA.O aumento da produção contribuiu para reduzir os preços em 30 por cento em relação ao recorde do ano passado. Mesmo assim, segundo Hausmann, uma alteração climática relevante nos EUA, como a seca ou as enchentes, associada com a escassez de precipitações na América do Sul, poderia reconduzir os preços da soja aos níveis de 2008.
"Se tivermos uma safra difícil na América do Norte este ano, poderemos facilmente voltar aos altos preços que tivemos no ano passado", disse Hausmann, acrescentando que considerava pouco provável essa hipótese. (Bloomberg News)