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Soja - Chuva prejudica 20% da soja e algodão da BA
Data: 21/05/2009
 
Historicamente prejudicadas pela falta de chuva, as lavouras baianas desta vez perderam produtividade por causa do excesso delas. As fortes precipitações que atingiram parte do Nordeste brasileiro levaram a safra de soja do oeste da Bahia a sofrer uma quebra de 20%. As lavouras de algodão não saíram ilesas e amargam perdas entre 15% a 20%, segundo informações do presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) Walter Horita. A oleaginosa também sofreu com a estiagem que atingiu a região em fevereiro e com a ferrugem da soja. "Para a economia regional, a perda é de 100%, já que com essa quebra, a margem foi embora, ficando só o custo de produção.", lamenta o dirigente da Aiba e produtor rural.

Horita conta que os lojistas de Barreiras e região estão preocupados com a condição da safra, já que o comércio dos municípios depende diretamente da cadeia da soja.

O presidente da Aiba ainda diz que agora os produtores estão comprando os insumos. "No fim do semestre começam as compras de defensivos." Horita conta que cerca de 30% da safra 2009/10 de algodão está vendida. "No mesmo período do ano passado, 50% da safra já estava comercializada." Já para a soja, as vendas começam neste mês de maio.

Sobre a recuperação do preço do algodão, o presidente da Aiba diz que se deve dos fundos de investimento ao mercado de commodities, o que inclui as agrícolas. "Além disso, o algodão estava muito barato e muitos come-çaram a comprar.", acrescenta Horita. De acordo com ele, entre 30% e 35% do mundo futuro de commodities estão nas mãos dos fundos.

Nas sementes, a Bahia quer avançar em áreas de irrigação durante o vazio sanitário da soja (período de tempo sem plantar entre 15 de agosto e 15 de outubro) para não faltar sementes para a próxima safra. "Estamos em contato com a Agência de Defesa Sanitária para verificar a possibilidade", disse o vice-presidente da Aiba, Sérgio Pitt. Ele lembra que o estado é importador de sementes, e que os outros estados não produzem excedentes que possam ser exportados.

Financiamento

Em relação ao crédito para os produtores do oeste baiano, Pitt diz que os maiores problemas são o acesso e o custo do recurso. "O custo é o maior gargalo. Os juros subiram muito." Segundo ele, a tendência é que este ano o financiamento das safras volte aos padrões de anos anteriores, com a produção financiada com recursos do produtor, dos bancos e das tradings. "A tendência é que a situação do mercado de crédito fique mais normalizada.", avalia.

Fonte: Gazeta Mercantil
 
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