A safra de soja na região de Balsas, no sul do Maranhão está comprometida. Com as fortes chuvas, as rodovias estão em péssimas condições. Sem ter como escoar, muitos agricultores nem terminaram a colheita.
A viagem é lenta e demorada. “Foram dois dias de viagem para fazer 220 quilômetros”, contou o agricultor.
A MA-140 é o único caminho de escoamento da soja produzida nos gerais de Balsas, extremo sul do Maranhão, a mil quilômetros de São Luiz. A região produz 20% da safra maranhense, cerca de três milhões de sacas do grão.
Mas, com tantos buracos, passar pela estrada ficou difícil e o transporte da safra virou um tormento.
Sem ter como transportar os grãos a tempo, as lavouras acabaram se perdendo no campo. O agricultor Aloisio Zaltron esperava colher este ano 1,2 mil hectares de soja. Por causa dos temporais, cento e sessenta hectares apodreceram no campo. Cerca de oito mil sacas de soja perdidas até agora.
“Larguei na roça para ver se enxuga, mas cada dia está apodrecendo mais. Daqui a alguns dias, ninguém mais quer. Nem para ração vai servir”, avaliou Zaltron.
A demora no transporte mexe com a rotina de toda a fazenda. Em uma propriedade da região, por exemplo, a safra de arroz ainda não foi estocada de modo adequado porque os silos ainda estão ocupados com a safra soja.
“O problema é a gente deixa a produção estocada no armazém e onde a gente já poderia estar com ela no silo, melhorando, com certeza, a qualidade dos grãos”, falou o agricultor Jonas Santin.