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Arroz - Brasil vai se firmando com grande player exportador de arroz
Data: 26/05/2009
 
O arroz é diferente de outras grandes culturas como trigo, milho e soja por causa da sua concentração geográfica em termos de produção e consumo (cerca de 90% na Ásia), fazendo com que esta seja, literalmente, uma cultura asiática. Historicamente, apenas 7% do total de arroz produzido mundialmente é comercializado, em comparação com os 20% do trigo, 13% do milho e 30% da soja.

Mais do que isso, quatro dos cinco maiores exportadores, com 70% do mercado global de arroz, são da Ásia – onde a segurança alimentar doméstica vem em primeiro lugar e o comércio vem longe, em segundo. Para esses países, o comércio só é pensado depois que as necessidades internas e um bom nível de estoques estão garantidos. Do lado da importação, porém, os cinco maiores importadores responderam por apenas 29% do comércio total em 2007/2008. Considerado os dez maiores importadores, a fatia é de 45% do total.

Depois de quase duas décadas e meia de estagnação (1960 ao final de 1980), o comércio internacional do arroz teve impulso com a liberalização econômica de muitos países (final dos anos 1980) e com o acordo do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), em 1994. Como parte dos compromissos de abertura de mercado do GATT, os países abriram seus mercados de arroz parcialmente, causando um aumento de 50% no comércio na última década.

O crescente fluxo de arroz nos anos 1990, caracterizado pela dependência entre exportadores e importadores, contribuiu para o alto grau de estabilidade dos preços durante o período. A recente crise que gerou protestos em diferentes países em desenvolvimento colocou uma questão importante quanto ao futuro do comércio mundial de arroz. O motivo da crise seria a queda dos estoques nos últimos anos, para suprir o desequilíbrio da oferta e demanda, causado pela diminuição do ritmo de crescimento da produtividade, secas e problemas com pestes. A situação, contudo, não justificava a triplicação dos preços nos seis meses decorrentes entre novembro de 2007 e maio de 2008.

Os preços em alta do trigo devido à expansão das culturas bioenergéticas pressionaram o arroz, levando a restrições do comércio em muitos países produtores e as altas sem precedentes nos preços. Medidas de restrição do comércio ou aumento da produção, tomadas por muitos países exportadores para garantir a disponibilidade do arroz no mercado doméstico, afetaram os países que dependem da importação do arroz. Em muitos países consumidores, a auto-suficiência em arroz se tornou um assunto político delicado, levando à implementação de programas para diminuir a dependência externa. Essas medidas, tanto dos exportadores quanto dos importadores, provavelmente reverterão a recente tendência de alta no comércio global.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos projeta que o comércio mundial em 2009 será 8% inferior ao recorde testemunhado em 2007. Tudo isso aponta para um comércio menor e para o risco de tornar mais freqüentes os períodos de oferta restrita e altos preços. Pode soar estranho argumentar em favor do livre comércio face à crise financeira atual, mas, para o arroz, que é altamente protegido e regulado, um protecionismo maior pode ser muito prejudicial para a segurança alimentar de milhões de pessoas pobres.

A crise tem renovado o apelo para uma segunda Revolução Verde para reerguer a produtividade do arroz e alimentar a crescente população mundial. Em 2008, o IRRI (International Rice Research Institute) identificou investimentos em infraestrutura agrícola, pesquisa e extensão como chaves para aumentar a produção de arroz. Todos os membros da Association of Southeast Asian Nations endossam esta posição.

Muitas barreiras fazem a elevação da produtividade um desafio, incluindo escassez de terra e água, degradação ambiental e altos preços dos insumos. Mas isso é possível, com políticas de apoio e instituições cumprindo seus papéis. Além da questão da produtividade, a própria condução do mercado é central. A estrutura atual, na qual a maioria dos exportadores são ofertantes residuais, não parece promissora para o futuro do mercado global de arroz.

A futura estabilidade do mercado demanda o re-estabelecimento das relações entre exportadores e importadores. Pode ser interessante organizar uma reunião entre os maiores países exportadores e importadores de arroz para construir novas relações e, ao mesmo tempo, desenvolver algumas regras básicas colaborativas neste comércio. Outra opção, que pode ser cara, mas válida, é recompor os estoques de segurança em grandes produtores de arroz, particularmente Índia e China para ter um efeito calmante sobre o mercado. Outra potencial solução de longo prazo é desenvolver exportadores de arroz fora da Ásia, onde o produto pode ser cultivado primeiramente para exportação.


A transformação do mercado mundial de soja três décadas atrás pode dar uma pista do que é necessário no mercado do arroz. No caso da soja, os Estados Unidos dominavam o mercado, com 80% da produção e 95% da exportação mundiais nas décadas de 1960 e 1970. A restrição sobre a exportação de soja pelos Estados Unidos no início dos anos 1970 mudou o cenário da produção e comércio da soja quando outros países começaram a procurar por fornecedores alternativos do grão.

Embora a crise da soja tenha terminado em poucos meses, a confiança nos Estados Unidos enquanto fornecedor foi embora. Dois visinhos sul-americanos, Argentina e Brasil, emergiram da crise para se tornarem fortes competidores dos Estados Unidos no mercado mundial da soja. Hoje, esses dois países respondem por metade do comércio global de soja.

É verdade que a situação atual, em termos de disponibilidade de terra e água, é muito diferente dos anos 1970 e 1980. Ninguém espera que um país abandone sua produção de arroz para se tornar dependente do comércio internacional, mesmo que novos fornecedores surjam. Mas o aumento da oferta oriunda de novos países fornecedores pode ajudar a estabilizar o mercado e restaurar a confiança dos importadores.

Na Ásia, Mianmar e Camboja parecem ter possibilidade de oferta excedente. Novas áreas podem entrar em produção nesses países e a produtividade pode ser melhorada. Mas isso só ocorreria sob condições políticas e econômicas estáveis. Fora da Ásia, a produção de arroz pode aumentar na América do Sul e na África.

A América do Sul, atualmente, é mais ou menos suficiente em arroz e pode expandir a área plantada se for economicamente justificável. A África teria um potencial maior devido aos recursos naturais (terra e água) subaproveitados. Mas ara aumentar a produção o continente requer um ambiente político estável, investimentos em infra-estrutura e no desenvolvimento do mercado de arroz.

De qualquer modo, o ponto principal é que a oferta de arroz precisa crescer para melhorar a segurança alimentar no futuro. A produtividade do arroz na Ásia pode subir se as tecnologias chegarem aos agricultores através de eficientes mecanismos de extensão, e se investimentos forem feitos. Melhores políticas e melhor infraestrutura agrícolas devem dar suporte a isso. Finalmente, novos fornecedores internacionais de arroz podem prestar importante papel ao representar novas fontes de arroz para os importadores.


Ainda com respeito ao Mercosul, o destaque nos últimos três anos é o Brasil. No primeiro bimestre do ano-safra 2008/2009 (março de 2009 a fevereiro de 2010), as exportações atingiram 196,5 mil toneladas (base casca), um montante 167% acima do registrado no mesmo período da safra passada (2007/2008). Hipoteticamente, caso o ritmo de exportações (base casca) fosse mantido neste ano-safra 2008/2009, com média mensal de 98,25 mil toneladas, nos 12 meses deste ciclo, as vendas externas atingiriam 1,179 milhão de toneladas (base casca).

As exportações podem realmente perder força no segundo semestre do ano-comercial 2008/2009, mas devem superar, com certa facilidade, as 500 mil toneladas projetadas pala Conab para o ano de 2009. Em 2004, o Brasil exportou apenas 92,2 mil toneladas (base casca); em 2005, foram 379,7 mil toneladas; em 2006, 452,3 mil toneladas; em 2007, 313,1 mil toneladas; em 2008, um salto impressionante para 789,9 mil toneladas. As tendências para o médio e longo prazo apontam para exportações brasileiras superando 1 milhão de toneladas (base casca).
  
Fonte: Samarendu Mohanty - IRRI (Revisado e complementado pela Carlos Cogo Consultoria)
 
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