Arroz - Mais produtores de arroz terão acesso a contratos de opção de venda
Data:
27/05/2009
No mesmo dia em que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) suspendeu leilão de contratos de opção de venda de arroz para cooperativas e produtores do Sul do país, representantes da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) conseguiram que a estatal fixasse em 20 o limite para aquisição de contratos por produtor ao longo do programa, que deve negociar 900 mil toneladas do cereal este ano. Cada agricultor poderá adquirir até cinco contratos por leilão.
“Isso permite que mais produtores participem do programa”, disse Marco Aurélio Tavares, representante do Irga, após participar de reunião com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Somente no Rio Grande do Sul, há 15 mil rizicultores. Cada contrato dá ao rizicultor a opção de vender ao governo 540 sacas de arroz, equivalentes a 27 toneladas.
De acordo com os representantes do setor, que também se reuniram com o presidente da Conab, Wagner Rossi, o próximo leilão, previsto para a semana que vem, terá, além das 132 mil toneladas suspensas nesta terça, mais 30 mil toneladas negociadas. O preço oferecido por saca é de R$ 30,35.
Entre as reivindicações do setor ainda não confirmadas, estão a ampliação de todos os prazos de pagamento de Empréstimo do Governo Federal (EGF), pegos em março e abril e que começariam a vencer em junho, para 180 dias e a disponibilização de recursos do programa de Aquisição do Governo Federal (AGF) para os produtores que quiserem vender a produção pelo preço mínimo no momento da colheita.
Para ficar menos vulneráveis às oscilações de preço no mercado interno, os rizicultores também pedem que o governo ajude a divulgar o arroz brasileiro no exterior, abrindo novos mercados. A produção estimada para esta safra, de 12,8 milhões de toneladas, está praticamente igual ao consumo interno, estimado em 12,95 milhões de toneladas. Porém, como já havia cerca de 1 milhão de toneladas de estoque, o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), representante do setor, afirma que há excedente para exportar.
“Temos capacidade para abrir novos mercados. Assim, não terá problema se vierem importações da Argentina e do Uruguai”, afirmou Heinze. Em relação à safra passada, a estimativa da Conab para a exportação no ciclo atual foi ampliada de 589 mil para 950 mil toneladas, enquanto as exportações devem diminuir de 789 mil para 500 mil toneladas. Segundo o deputado, o Brasil tem acordos comerciais que obrigam a importação de outros países do Mercosul.