Soja - Pesquisas sobre soja avançam e novos mercados são abertos
Data:
01/06/2009
A cultura da soja tem um futuro promissor. Pesquisas envolvendo a produção da oleaginosa geram oportunidades de negócios tanto no mercado nacional como externo. À medida que a ciência envolvendo o grão avança, novas perspectivas são traçadas e em médio prazo os sojicultores terão a oportunidade de escolher entre os produtos que sejam mais rentáveis, para daí definirem como será sua produção. Entre as opções estão alimentos, não-alimentos, produtos de nutrição animal, proteína de soja para humanos e nutrição animal, derivados estes que já estão sendo explorados de acordo com a demanda e viabilidade econômica.
Que a soja é um produto que faz bem para a saúde humana e que aos poucos vem fazendo parte da alimentação dos brasileiros todo mundo tem conhecimento. O que poucos sabem é que os experimentos estão a todo vapor e a cada ano vários subprodutos são lançados no mercado. Este assunto foi amplamente debatido durante o 5º Congresso Brasileiro de Soja, realizado este mês em Goiânia (GO) e que mostrou a representantes de vários elos da cadeia produtiva do grão as potencialidades da oleaginosa para um futuro próximo.
O responsável por Pesquisas da Bunge Alimentos, Steven Rumsey, conferencista durante o congresso, afirma que no em relação aos produtos derivados da soja, o destaque é para o óleo refinado. Ele afirma que do total de óleo produzido no Brasil, 14% são destinados a produtos não-alimentícios, com finalidade química presente como componente em lubrificantes, biodiesel, solventes e tintas. "Além disso, nos Estados Unidos a soja já está sendo usada na fabricação de velas, sendo conhecido como produto sustentável feito a partir do óleo de soja".
Já o uso da soja na produção de alimentos direcionados ao consumo humano abocanha a maior parte do consumo. O conferencista explica que o grão é composto de proteínas, fibras, açúcares e óleo. Entre os principais produtos citados por ele estão a farinha, proteínas e óleo. Rumsey prevê que para os próximos anos a demanda por estes produtos deverá aumentar o dobro do que vem sendo consumido atualmente. "Os produtos são usados para alimentos, como leite de soja, barra de cereais e uma diversa linha de produtos para vegetarianos", diz ao argumentar que a proteína de soja é de alta qualidade e com excelente fonte nutricional, que traz benefícios para no tratamento e prevenção de doenças nos ossos, hormonais, cardiovasculares e reduz o risco de câncer.
Na opinião do conferencista, para o Brasil as perspectivas são positivas e o mercado vai se comportar de acordo com a demanda por parte do setor industrial: se para produção de alimentos ou biodiesel. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, diz que o grande desafio do produtor é reverter o processo que ocorre atualmente e passar de exportador do grão para o produto acabado, e assim agregar valor à produção. "Hoje, somente 4% da soja produzida no Estado é consumida na forma de ração. O resto vai embora em grão ou farelo".
Na opinião dele, quando se exporta soja, se vende também emprego e renda, já que o produto poderia ser processado onde é produzido gerando riquezas para a região. Para tentar mudar a situação, Silva afirma que os produtores estão mudando seus perfis e se tornando empresários, por meio do corporativismo, que no Sul do país já é bem mais avançado.