Milho - Paraná está sujeito a dois dias consecutivos de geada, preve somar
Data:
03/06/2009
A Somar Meteorologia mantém previsões de geada de moderada intensidade para o oeste e centro-oeste do Paraná nessa quarta-feira (03), regiões de forte concentração de milho safrinha. Também pode gear no sudoeste e norte do estado, mas nessa última região o risco é baixo e não deve atingir as áreas de café.
"As condições estão propícias a geadas não somente para amanhã (03), mas também para quinta-feira (04)", disse há pouco Olívia Nunes, da Somar Meteorologia. De acordo com a meteorologista, a nebulosidade que atingia as regiões indicadas começou a se dissipar na tarde dessa terça-feira e as condições para amanhã são de céu claro, pouco vento e baixa temperatura (abaixo de 4 graus), quadro totalmente favorável à ocorrência de geada.
Nas previsões da Somar Meteorologia, tanto o oeste, como o centro-oeste e o sudoeste do Paraná estão sujeitos a geada amanhã (03) e depois (04). Depois disso, as temperaturas tendem a subir e novas geadas estão descartadas. A meteorologista aponta temperatura de 1 grau até zero grau para Campo Mourão nessa quarta-feira. Hoje (02), a mínima registrada no Paraná foi de 1,2 graus em Inácio Martins.
A previsão de geada em áreas de milho aumenta a preocupação nas cooperativas. Em Cascavel, no oeste do estado, a Coopavel diz que prefere acreditar que "isso não vai acontecer. Se tiver uma geada forte e geral perderemos 95% da produção", calcula Sérgio Dalla Costa, agrônomo coordenador da área técnica. A Coopavel plantou 57 mil hectares de milho safrinha e espera colher cerca de 240 mil toneladas.
De acordo com o agrônomo, toda a lavoura de milho safrinha será prejudicada na possibilidade de uma geada de forte intensidade nesse momento. Ele explica que a maior parte das lavouras sob atuação da Coopavel encontra-se em fase de enchimento de grãos (60%) e em floração (20%), mas que o milho em maturação (20%), também preocupa.
"Como choveu toda a semana passada, essas lavouras em maturação estão muito úmidas", relata o gerente técnico. Lembra que no ano passado, a safrinha também teve problemas com geadas, mas que geou chegou mais cedo, na semana de 07 de maio, e somente em regiões de baixada.
A Coopavel trabalha com uma produtividade média de 4.200 quilos/hectare para o milho safrinha da atual temporada. A expectativa inicial girava em torno de 4.500 quilos/hectare, mas a estiagem que atingiu as lavouras em fevereiro e março provocaram queda de 5% de produtividade.
Em Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, a Coamo também mostra apreensão.
De acordo com o coordenador da área Técnica, uma geada nesse momento "será problemático", uma vez que grande parte das lavouras encontra-se entre floração e maturação.
A Coamo atua em 420 mil hectares de milho safrinha entre Paraná e Mato Grosso do Sul. A produtividade do cereal está sendo estimada em 2.990 quilos/hectare, média que já leva em consideração a perda causada com a estiagem de janeiro e fevereiro últimos. "O clima seco desses dois meses já gerou perda irreversível para a região de 10% a 15% de produtividade", relata coordenador da área Técnica, em Campo Mourão.
Na avaliação do Departamento de Economia Rural-Deral, uma geada nesse momento traz grande preocupação aos produtores de milho safrinha, que já amargam perda de produção superior a 9% com a estiagem que atingiu as lavouras. De acordo com a técnica Margoreth Demarchi, as regiões sob ameaça de geada abrangem cerca de 62% da produção estadual.
Dados de campo do Deral da semana passada (últimos disponíveis), indicavam colheita de 1% para o milho safrinha, com 11% das lavouras em desenvolvimento, 36% em floração, 39% em frutificação e 14% em fase de maturação. As condições das lavouras oscilavam entre ruins (20%), médias (34%) e boas (46%).