Arroz - Mercado sinaliza com recuperação de preços
Data:
19/06/2009
Os preços do arroz em casca iniciaram uma escalada de recuperação esta semana, com valorização média de R$ 1,00 nas principais praças gaúchas. Na terça-feira, o leilão de contratos de opção de arroz já sinalizava para esta tendência. Embora negociando todos os 5.556 contratos ofertados no Rio Grande do Sul, o ágio, somado ao custo fixo de R$ 0,38, totalizou R$ 0,61, valor bem inferior ao do leilão anterior. Esse comportamento reflete o posicionamento de cautela do produtor.
A valorização também refletiu outra boa notícia da semana: o bom retrospecto das exportações de arroz em maio, que chegaram a 58,8 mil toneladas. No trimestre, foram 255 mil toneladas exportadas, ou 117% a mais que o mesmo trimestre de 2008. No mês, 22 mil toneladas foram exportadas em contêineres, em produto de alto valor agregado.
A má notícia é que o saldo foi deficitário em maio, com as importações chegando a 73,9 mil toneladas. No trimestre do ano safra, no entanto, são 215 mil toneladas importadas contra 255 mil exportadas, um superávit de 40 mil toneladas.
Com dificuldades relacionadas ao câmbio, a ameaça de um aumento da oferta global por países asiáticos com altos estoques (como a Índia e a Tailândia) e a queda dos preços internacionais, a cadeia produtiva e o governo brasileiro devem anunciar ainda em junho medidas de compensação para a venda externa.
PREÇOS
O indicador Cepea/Esalq/USP e BM&F – Bovespa, marcou na última quinta-feira a cotação média de R$ 25,57 para a saca de arroz em casca de 50 quilos, padrão 58x10, colocada na indústria gaúcha (frete incluso). O valor representa alta de 0,91% nas cotações em junho. Frente à semana anterior, a recuperação nos preços chegou a 26 centavos de Real por saca, confirmando pela segunda semana consecutiva uma tendência de alta para este mês.
A alta, além do aumento da demanda por médias e pequenas indústrias gaúchas, está diretamente associada ao câmbio. No início de março, a saca era cotada em média a R$ 30,00 ou o equivalente a 12,30 dólares a saca (cotação de R$ 2,44 por dólar) segundo dados da empresa Safras & Mercado. Em quatro de junho, ainda segundo esta empresa, a cotação recuou para R$ 25,04 (- 16%), mas como o dólar passou a valer R$ 1,94 pela oscilação cambial, a saca subiu para 13 dólares, com ganho de 6%. Segundo o Cepea, em dólares, a saca de arroz gaúcha valia 12,95 nesta quinta-feira, valor muito acima da média dos últimos anos.
Nas principais praças gaúchas as cotações se elevaram. Dom Pedrito, São Sepé, Cachoeira do Sul, Agudo, São Gabriel e Rosário do Sul indicam valor médio de R$ 25,25 para a saca de arroz. Alegrete e Uruguaiana e Tapes na faixa de R$ 25,50 e nos pólos industriais de Camaquã, Pelotas, Itaqui e São Borja a saca alcança até R$ 26,00 colocada no engenho. No Litoral Norte as variedades nobres são cotadas a R$ 29,00, enquanto o 422CL vale, em média, R$ 26,00 com mais de 60% de inteiros.
Os mecanismos governamentais de comercialização, a expectativa de medidas de apoio à exportação, a prorrogação do vencimento dos custeios e os números de safra e consumo ajustados, são fatores que fortalecem as novas cotações. Com a confiança de uma tendência de alta, o produtor ajusta a oferta, usa parte dos mecanismos e não fica tão pressionado a vender. Isso gera um novo cenário comercial.
MATO GROSSO E SANTA CATARINA
No Mato Grosso, as cotações estabilizaram na casa de R$ 29,50 a R$ 30,50 a saca de 60 quilos do arroz em casca das variedades Cambará e Primavera, com 55% de inteiros em Sinop e Sorriso e até R$ 33,00 em Cuiabá. Em Santa Catarina, as cotações médias seguem entre R$ 27,00 e R$ 29,00, com maior valorização no Sul.
BENEFICIADO
A saca de 60 quilos do arroz agulhinha, tipo 1, beneficiado, posto em São Paulo, está cotada em média a R$ 68,00. O fardo de 30 quilos tem o valor médio de R$ 37,50 a R$ 38,50.
PREÇOS
A Corretora Mercado registra elevação das cotações com preço referencial de R$ 25,30 em média para o arroz gaúcho em casca, saca de 50 quilos e padrão para tipo 1. O beneficiado, em 60 quilos, é cotado em estáveis R$ 52,00. Nos subprodutos, queda com o canjicão perdendo R$ 1,00 por saca, cotado agora a R$ 30,00, a quirera, com perda idêntica cotada agora a R$ 22,00 a saca e o farelo de arroz mantendo os R$ 265,00 a tonelada.