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Registro - Crise pode atingir área de alimentos
Data: 03/07/2009
 
Levantamento identifica setores mais propícios a serem afetados no atual estágio da turbulênciaEstudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) aponta que 21 de 41 subsetores industriais pouco ou não afetados pela crise econômica global estão com tendência de contágio maior. Um terço deste grupo são do grupo de alimentos.

– O setor de alimentos é o último em que a crise chega – disse o consultor do Iedi e professor da Unicamp Júlio Sérgio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, autor do estudo. – O consumidor corta primeiro a compra do veículo, do ventilador e do tênis. Alimentação, primeiro é cortada fora de casa, e, dentro de casa, é só no final, quando o emprego cai.

Há setores de alimentação sem tendência de aumento de contágio, como fabricação de café e moagem de trigo, e até dois casos de recuperação: os de fabricação e refino de açúcar e sucos e concentrados de frutas.

– Açúcar e café estão com bom mercado externo. Sucos caíram muito e estão recuperando e a moagem de trigo está bem no Nordeste, por causa dos programas sociais do governo – afirmou.

O estudo do Iedi foi preparado considerando os dados da pesquisa de produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até abril. Um exemplo destacado na nota do IBGE à imprensa foi o de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico, com queda de 2,4% em relação a maio do ano passado.

O consultor Sílvio Sales, ex-coordenador de Indústria do IBGE, lembra que as outras categorias de uso estão caindo bem mais que os não duráveis, em que estão os alimentos. Para Sales, a alimentação vai ser atingida “se o mercado de trabalho, a massa salarial, mostrar um recuo acentuado”.

Ele considera que existe o risco, dependendo de os setores mais atingidos na indústria continuarem demitindo.

Na faixa com contágio abaixo da média, o Iedi citou ainda como com tendência de aumento de contágio os subsetores de “extração de minerais não metálicos”, “beneficiamento, fiação e tecelagem de fibras têxteis naturais”, “eletrodomésticos da linha branca, exclusive fornos de micro-ondas”, “extração de carvão mineral”, “produtos e preparados químicos diversos”.

Maior tendência
Os setores mais propensos ao contágio, segundo o estudo:
- Abate de bovinos e suínos
- Preparação de carnes
- Abate de aves e preparação de carnes
- Conservas de frutas e legumes, molhos e condimentos
- Óleo de soja em bruto
- Beneficiamento de arroz
- Alimentos para animais


Fonte: Zero Hora
 
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