Movimento ainda é fraco e somente deve se intensificar após a publicação do zoneamento da soja
Produtores gaúchos começaram a encaminhar ontem os pedidos de financiamento para a formação da lavoura 2009/2010. A maioria dos bancos já opera as linhas de crédito no Estado desde a semana passada, em atendimento a uma das reivindicações do setor, que sempre reclama da demora entre o anúncio do programa e a liberação dos recursos. A exceção é o Banrisul, que prevê iniciar a operação de recursos repassados pelo BNDES em dois dias. Por enquanto, o movimento é tímido nas agências do Banco do Brasil (BB) e do Sicredi e se restringe a produtores de milho, cultura cujo zoneamento agroclimático já foi publicado, uma das exigências para encaminhar projetos. No caso da soja, o documento ainda não saiu. O Plano Agrícola e Pecuário para a agricultura comercial foi divulgado em 22 de junho. Somente o BB destinará R$ 39,5 bilhões para crédito rural no país, volume 30% maior do que o de 2008. No caso da agricultura familiar, ainda faltam normatizações do Banco Central que devem ser publicadas até o dia 22, data prevista para o anúncio oficial do plano de R$ 15 bilhões. Com isso, o assessor de Política Agrícola da Fetag, Airton Hochscheid, acredita que a corrida às agências bancárias deve começar no dia 25. Mesmo com a lacuna de tempo em relação à empresarial, é mais cedo do que o habitual. Em 2008, as normas somente saíram em agosto, lembra Hochscheid. 'É um ganho significativo.' Segundo representantes dos bancos, a efetivação dos desembolsos vai depender da demanda, da análise de crédito, do retorno dos recursos emprestados em anos anteriores e do ritmo dos depósitos à vista e da poupança rural. Economistas aconselham o produtor a tomar o recurso cedo para driblar o aumento de custo, previsto a partir de agosto com a injeção de dinheiro no mercado. Uma das estratégias sugeridas pelo presidente da Comissão de Crédito Rural da Farsul, Elmar Konrad, para aproveitar o atual valor de fertilizantes seria comprar parte dos insumos agora e aguardar a reação do mercado para definir o restante das aquisições. 'O produtor tem que observar para que a demanda não se dê em um momento só.'