A burocracia atrasa o socorro a agricultores familiares gaúchos penalizados pela seca. Quase dois meses após o anúncio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) da venda de milho dos estoques da Conab ao preço mínimo, de R$ 16,50 a saca, o produto ainda não chegou a quem precisa. O início da operação depende da publicação de portaria conjunta do MDA e dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, que autorize a adoção do preço mínimo. O entrave é causado pela área econômica, pois não assinou a portaria, que deve ampliar de 50 para 100 sacas o limite adquirido por produtor. Se dependesse da Conab, a operação já poderia ter começado. Conforme o superintendente da companhia no Estado, Carlos Farias, o sistema de distribuição está organizado e parte significativa das 90 mil toneladas do Mato Grosso já chegou. 'O limitante que seria a remoção não existe mais. Estamos prontos.' Até a sexta-feira passada, 10 mil toneladas haviam sido entregues em Passo Fundo, Cruz Alta e Três de Maio. Além disso, há estoque de 8,4 mil toneladas em Estrela. Outras cinco unidades polo receberão o milho até segunda-feira. O presidente da Fetag, Elton Weber, considerou a demora inaceitável. Ontem, o dirigente disparou ligações para cobrar a implementação da medida. 'O levantamento dos produtores está pronto e há dinheiro para pagar. Precisamos de solução.'
Cronologia
14 de maio – Ministério do Desenvolvimento Agrário anuncia venda de milho da Conab ao preço mínimo, de R$ 16,50 a saca, limitada a 50 sacas por agricultor;
10 de junho – Conab faz leilão de frete para remoção de 90 mil toneladas;
18 de junho – Começa remoção de milho do Mato Grosso para o RS; 23 de junho – Governo federal amplia de 50 para 100 sacas o limite por produtor e prevê emissão de portaria;
7 de julho – RS tem 18,4 mil toneladas, mas burocracia impede acesso.