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Soja - UE revê o pagamento de bônus pela soja convencional
Data: 14/07/2009
 
A comparação entre o custo da soja convencional e o da soja geneticamente modificada (GM) pôs em xeque o pagamento de bônus para o grão comum. A soja tradicional, que vale até 5% mais quando vendida para a União Europeia (UE), custa menos em Mato Grosso. O fato, divulgado recentemente na Europa, tende a aumentar a resistência ao pagamento de valor extra. Além disso, a informação esfria o ânimo dos produtores brasileiros de milho convencional, que neste ano competem pela primeira vez com a semente transgênica Bt.

O integrante do Co-Extra (grupo de pesquisadores que monitora a coexistência dos dois tipos de grãos da produção à chegada à Europa) Frederico Glitz afirma que, ao saberem que o custo da soja convencional é menor, algumas tradings se recusam a pagar bônus. Ele explica que essas empresas normalmente compram só grãos convencionais e, assim, não s sentem responsáveis pela segregação.

Glitz causou polêmica ao apontar em artigo que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a soja convencional sai mais barata. “A diferença é de R$1.750,52 para R$1.858,44/ha em Sorriso (MT) e de R$1.885,09 para R$1.959,04 em Primavera do Leste (MT)”, destacou, citando o custo total, que inclui depreciação de maquinário e uso da terra. A vantagem é de 5,8% e de 3,8%, respectivamente.

A Conab prevê que essa diferença se mantenha em Mato Grosso na próxima safra. Plantar um hectare de soja convencional deve ser R$ 43,35 mais barato em Primavera do Leste e R$ 70,05 em Sorriso no ciclo 2009/10, na comparação do custo variável, que se detém a produção, escoamento e juros.

No entanto, o Paraná tem quadro inverso. O hectare da oleaginosa transgênica vai sair R$ 63,43 (ou 5,1%) mais em conta em Campo Mourão e R$ 101,44 (7%) em Londrina, aponta a Conab, com custo variável de R$ 1.177,16 e R$ 1.349,21, respectivamente.

“Estão me questionando por eu ter citado só Mato Grosso. Realmente existem regiões em que a soja convencional custa mais. O que eu quis mostrar é que isso não é uma regra geral. A UE pode importar de quem produz com custo menor”, argumenta Glitz. Ele atua no Qualidade, Inovação e Sustentabilidade (Quis), grupo representante do Co-Extra que está concluindo uma série de relatórios sobre a produção e a segregação da soja no Brasil. Os documentos serão remetidos à Europa.

A diferença de custo não vai suspender os bônus, rebate o diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), Ricardo Tatesuzi de Sousa. Ele considera que o pagamento extra é determinado pela indisponibilidade de grãos convencionais no mercado. E que alguém tem de pagar pela segregação.

Glitz admite que, na falta de grãos convencionais, o comprador se rende e paga bônus, mas considera que essa pressão ainda não é tão decisiva como parece. A oferta de grãos convencionais seria suficiente, com possibilidade de crescimento na própria Europa.

“Temos caso de contaminação inclusive de milho por soja transgênica”, contrapõe Sousa. Ele cita caso registrado neste ano em Apucarana, em que cereal convencional foi apontou como transgênico em teste de laboratório. O caminhão do milho havia transportado soja modificada, relata.

Ao produtor, o bônus ofertado pela soja convencional na última safra foi de R$ 2 por saca. Nem todas as cooperativas e cerealistas conseguiram adicionais ao revenderem o produto. No entanto, quem quer garantia de soja convencional já oferece pagamento extra para a próxima safra, relata o produtor Ivo Arnt, de Tibagi. Em sua avaliação, o que está em jogo não é só a transgenia, mas a rastreabilidade.


Milho terá extra, prevê Abrange
Apesar dos questionamentos em relação à soja, o produtor de milho convencional também vai receber bônus, mais cedo ou mais tarde. Essa é a avaliação do diretor-executivo da Abrange Ricardo Tatesuzi de Sousa. Ele considera que a tendência de adesão ao cereal transgênico é maior que a verificada no cultivo da oleaginosa, ou seja, que pode faltar milho comum. “O argumento de que, no milho, não vai haver contaminação é frágil. Com certeza será necessário segregar.”

O Brasil exporta menos milho do que soja. No entanto, as multinacionais instaladas no país já estariam preocupadas em garantir cereal convencional, aponta. “Fala-se em uma linha de produção específica, em uma zona de produção exclusiva.”

A distância de 100 metros de lavouras transgênicas, prevista na legislação brasileira, pode não ser suficiente, acrescenta. A Abrange prevê uma enxurrada de processos de produtores de convencional querendo responsabilizar agricultores vizinhos por contaminação. “Se for verificado que a plantação de transgênico fica a mais de 100 metros da convencional, de quem vai ser a responsabilidade pela contaminação?”, questiona.

O quadro, tanto da contaminação quanto do pagamento de bônus, é considerado incerto pelo pesquisador Frederico Glitz, do Co-Extra. Ainda não há avaliações consolidadas sobre os custos de produção de milho convencional e transgênico. Ele afirma que, neste momento, a opção pela semente, a segregação e a própria rotulação dos produtores precisam ser “muito bem pensadas”.

O governo do Paraná avalia a possibilidade de subsidiar o seguro rural para produtores de milho convencional. A medida já foi autorizada pela Assembleia Legislativa. A alternativa pode gerar reclamações da concorrência, prevê Glitz. Ele diz que a Argentina, por exemplo, pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando prejuízo com essa investida. O grão comum chegaria ao mercado com preço artificialmente menor, prejudicando o país vizinho, que produz praticamente só cereal transgênico.


Fonte: Gazeta do Povo

 
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