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Milho - Redução na área de milho pode chegar a 20% no Estado
Data: 21/07/2009
 
Boas safras no Centro-Oeste do país compensam quebra da produção paranaense e pressionam mercado. Área no estado pode cair a 1 milhão de hectares.

Depois de amargar uma quebra de 28% na última safra de verão e de 27% na safrinha, os produtores de milho do Paraná planejam reduzir em cerca de 20% a área destinada ao cereal na temporada 2009/10. É o que apontam estimativas iniciais de intenção de plantio de verão feitas por agricultores, cooperativas e revendas de insumos consultados pela reportagem. Nas regiões onde a quebra foi maior no último ciclo, a área recua mais. Nas áreas mais tecnificadas dos Campos Gerais, como Ponta Grossa e Guarapuava, a queda será menor, de cerca de 10%. Mas nas chamadas zonas de transição do Oeste e Sudoeste do estado, como Cascavel e Campo Mourão, o plantio vai cair entre 25% e 30%, prevê o agrônomo Márcio Araujo, gerente regional de negócios da Pioneer.

A frustração da produção na última safra, que foi plantada a custos elevados, o endividamento e a dificuldade de acesso ao crédito estão empurrando o produtor para a soja, avalia Araújo. “A redução na procura por sementes de milho é muito grande, maior do que esperávamos”, relata. Até agora as vendas caíram 50% no Paraná, mas Araújo espera que esse índice diminua, nos próximos 40 dias, para 30%.

“Nos últimos anos, este é o que mais estamos vendendo semente de soja”, confirma Marcelo Martins Pereira, coordenador do departamento técnico da revenda de insumos Agrícola Campele, em Guarapuava. Pelo ritmo das vendas, ele estima queda de 20% no plantio de milho, área que deve ser transferida principalmente para a oleaginosa. “O perigo é que o produtor está tomando a decisão de plantio olhando para os preços atuais. Olha o milho a R$ 15 a saca e a soja a R$ 45. Vai plantar o que? 80% da decisão é tomada assim. Mas tem que olhar lá no futuro, na hora da comercialização”, recomenda.

No Paraná, além do volume colhido na última safra de verão, há também milho remanescente da safrinha anterior, de 2007. No total, o estado ainda tem ao menos 2,4 milhões de toneladas do cereal em estoque, volume que se soma à safrinha que está sendo colhida (as máquinas passaram por 17% das lavouras) e deve render outras 4,6 milhões de toneladas. Os números são da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os preços ao produtor, que chegaram a quase R$ 25 na metade do ano passado, hoje não passam de R$ 15 no estado. O valor fica abaixo do valor mínimo de garantia estipulado pela Conab, que é de R$ 16,50. E se a situação já é difícil no Paraná, em Mato Grosso, onde a oferta é ainda maior, a saca do cereal chega a ser cotada a R$ 9. Para enxugar o excedente e tentar frear a queda dos preços, a Conab promove nas próximas semanas uma série de leilões (matéria ao lado).

“Estamos colhendo agora os resultados de uma safra recorde no ano anterior. Poderia ser pior? Poderia. Se não tivesse tido quebra no Paraná. A quebra foi ruim individualmente, para o produtor que teve prejuízo, mas ajudou a ajustar o quadro de oferta e demanda do milho brasileiro”, considera Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab. Para ela, a redução do próximo plantio de verão pode não ser suficiente para “consertar o estrago”.

Na dúvida, o produtor prefere não arriscar. Na área de atuação da Coopagricola, Coo­perativa Mista de Ponta Grossa, por exemplo, a extensão de milho deve cair 75% neste ano, afirma o presidente Gabriel Nadal. “A quebra no ano passado foi de 50%, muito maior que na soja, que quebrou 20%”, justifica. No ano passado, os cooperados, em sua maioria pequenos produtores, menos tecnificados, destinaram 10 mil hectares ao cereal. Neste ano, o cereal vai ocupar entre 2,5 mil e 3 mil, estima o dirigente.

Governo retoma intervenções
A partir de hoje, a Conab retoma os leilões de apoio à comercialização do milho. O objetivo é enxugar o excesso de oferta nos centros de produção do Centro-Oeste e Nordeste do país e devolver liquidez ao mercado nacional. Para isso, a companhia lançará mão de dois tipos de operação: Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e Prêmio para o Escoamento (PEP). O primeiro é destinado a agricultores e coooperativas e o segundo é para a indústria.

Podem participar vendedores dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O produto pode ser escoado para qualquer outros estados ou para a exportação. Nesta primeira rodada de leilões, será ofertada subverção para 1 milhão de toneladas do grão. Ao todo, o governo pretende gastar R$ 200 milhões com esses tipos de o perações. O montante seria suficiente para apoiar a comercialização de mais de 3 milhões de toneladas de milho.

Preço baixo do cereal compromete sistema de rotação de culturas
Seguir orientações técnicas é fundamental para garantir a rentabilidade da safra, avalia a agrônoma Juliane Nardelle. “É importante para encontrar o equilíbrio entre a condição do solo e o potencial de produção, sem desperdícios e gastos desnecessários.” Juliane, que também é produtora rural em Campo do Tenente, no Sul do Paraná, conta que costuma priorizar a rotação de culturas na definição do plantio, mas que neste ano as condições de mercado tiveram peso maior na hora da decisão.
Entre áreas próprias e arrendadas, a agricultora tem 370 hectares.Cultiva trigo, nabo forrageiro e aveia preta para cobertura no inverno e soja e milho no verão. No ciclo passado, destinou 60% da sua área de plantio de verão à oleaginosa e 40% ao cereal. Neste ano, essa relação vai ser de 70% – 30%. “Isso porque planto em uma região que tem produtividade elevada e uso alta tecnologia. Em outras áreas onde os rendimentos médios são menores o recuo será ainda maior”, explica.

“Nos preços de hoje o milho não dá rentabilidade quando comparado à soja”, afirma Marcelo Martins Pereira, representante de uma revenda de insumos em Guarapuava. Além de ter custos de produção mais elevados, o cereal exige do produtor um desembolso inicial maior que a oleaginosa. “Tem muito gasto com fertilizante no começo do ciclo”, diz.

O perigo é que, mesmo na oleaginosa, a conta pode não fechar na hora da comercialização. “Vai ter uma avalanche de soja neste ano versus uma área diminuta de milho”, observa o agrônomo Márcio Araujo. O excesso de oferta pode pressionar o mercado e derrubar os preços da oleagonosa na hora da colheita. “Até porque, com manejo correto, a produção tem tudo para ser boa. Teremos El Niño neste ano, o que geralmente se traduz em clima favorável às lavouras de verão”, completa.

Na outra ponta, se confirmada, a migração de área de milho para a soja tende a favorecer a comercialização do cereal, puxando as cotações para cima durante a colheita da safra de verão. Se isso acontecer, pode estimular o plantio da safrinha em 2010, principalmente no Centro-Oeste do país, onde o grão de segunda safra vem ganhando cada vez mais espaço.


Fonte: Gazeta do Povo
 
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