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Arroz - Quadro ajustado garante alta ao cereal gaúcho
Data: 27/07/2009
 
O arroz em casca gaúcho tem se valorizado no neste mês de julho, sendo cotado a uma média de R$ 28,30 por saca de 50 quilos no interior do Rio Grande do Sul.

- Os preços devem manter a firmeza, devido ao quadro de oferta e demanda apertado e ao bom volume de vendas externas realizadas no primeiro quadrimestre do ano comercial corrente - prevê o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento.

Segundo Bento, contribui para o viés de alta a postura retraída do lado da oferta.

- Com expectativa de elevação na entressafra e sem vencimentos imediatos, os produtores estão na defensiva - explica.

Na outra ponta, para garantir o abastecimento imediato e se defender de uma possível valorização mais consistente do produto na entressafra, as indústrias tiveram que elevar seus preços de compra para realizar negócios.

A tendência é que a cadeia toda se ajuste à nova realidade de preços e à perspectiva de recuperação das cotações ao produtor - relata.

A intensidade desta alta, corroborada pelo quadro de oferta e demanda apertado, dependerá do comportamento cambial e dos preços internacionais.

- Uma queda mais acentuada no exterior reduz a competitividade do arroz no Mercosul, que pode se voltar para o maior mercado mundial extra-Ásia, o Brasil - pondera.

A colheita da safra do Hemisfério Norte se concentra entre os meses de agosto e dezembro, devendo exercer uma pressão sazonal sobre as cotações dos principais exportadores: Tailândia, Vietnã, Paquistão e Estados Unidos. Porém, o ingresso do cereal extra-Mercosul no Brasil é dificultado pela logística e pelas tarifas de importação.

Como no Mercosul a pressão sazonal de oferta já passou, o mercado brasileiro sentiria de forma menos intensa uma eventual queda nas cotações mundiais.

- O comportamento cambial pode ter um reflexo mais intenso. Uma depreciação do real, por exemplo, potencializaria o avanço - frisa.

Entretanto, se o padrão monetário brasileiro continuar valorizando em relação ao dólar, os preços internos poderão sofrer pressão, tanto pela paridade de importação quanto pela de exportação.

- Por isso, o produtor precisa ter perícia na comercialização e, partindo de seu custo de produção, montar uma estratégia de venda buscando médias que garantam sua rentabilidade - acredita.

Num mercado sem mecanismos de trava, a liquidez atual pode desaparecer caso haja uma mudança de cenário.
  

Fonte: SAFRAS
  
 
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