Moinhos aumentaram preço em até 10%. Farinha teve pequeno reajuste em julho
Em julho, mesmo depois de o governo manter o corte de impostos para o setor de trigo, alguns moinhos reajustaram o preço em 5% a 10% sobre os valores de maio. Aconteceu em empresas "de São Paulo para cima", afirma o empresário Antenor de Barros Leal, da Abitrigo e do sindicato das indústrias do setor no Rio e no Espírito Santo. É o repasse do custo da importação de trigo do Canadá e dos EUA, pois a matéria-prima da Argentina, tradicional fornecedor do Brasil, sumiu em meio à crise do país vizinho.
No mês passado, já houve um pequeno aumento de preços no varejo brasileiro, mostra o economista André Braz, da FGV.
O preço do pão francês subiu 0,61% em julho; o da farinha de trigo, 1,33%; e o dos biscoitos, 0,1%. No acumulado de 2009 e em 12 meses, no entanto, ainda há deflação em tais produtos. No caso da farinha de trigo, a queda é de 17,1% em um ano. Braz diz que esses aumentos de julho são marginais e ainda não preocupam, pois desde que o governo desonerou o setor de trigo, há pouco mais de um ano, pequenos reajustes já aconteceram em outros meses. "Mas é preciso monitorar se o aumento será consistente, se será configurado o repasse", alerta o economista. Ele lembra ainda que o dólar em queda pode desestimular alguns moinhos, neutralizando os aumentos.
Segundo Leal, o Brasil tem uma safra de 5 milhões de toneladas e precisa importar mais 6 milhões. O empresário afirma que o país conta com estoque interno, mas diz que o governo tem de dar subsídio nos leilões, para minimizar o alto preço do transporte interno, como ocorreu há cerca de dez dias.
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Moinhos aumentaram preço em até 10%. Farinha teve pequeno reajuste em julho