Especialistas reunidos na Casa RBS traçam cenários para principal grão cultivado no EstadoO clima tende a ser um aliado do produtor de soja do Sul e do Centro-Oeste na próxima safra, mas o panorama de preços e de câmbio ainda guarda incertezas para 2010. Os prognósticos climáticos indicam a formação do El Niño, fenômeno que se mostrou benéfico às lavouras do Sul e do Centro-Oeste nas ocorrências anteriores.
Pelo lado do mercado, a perspectiva de grande volume de produção nos Estados Unidos e na América do Sul deve forçar a queda das cotações. Projeções mais pessimistas chegam a estimar o preço do bushel (equivale a 27,21 quilos) – hoje em torno de US$ 9,50 – caindo a até US$ 6 ano que vem.
Uma certa compensação para o sojicultor pode vir do câmbio. Segundo o analista Flávio França Junior, da consultoria Safras & Mercado, o custo de formação das lavouras será este ano entre 10% e 20% inferior a 2008.
O comentarista econômico do Canal Rural Miguel Daoud entende que, nos Estados Unidos, uma sinalização de elevação de juros e o incentivo às exportações como forma de estimular a economia têm o potencial de mudar o fluxo dos dólares hoje nas reservas de países como o Brasil, forçando a valorização da moeda.
– O produtor terá margens apertadas. Talvez seja o momento de fixar preços – diz França, um dos participantes de painel, realizado ontem na Casa RBS, durante a Expointer 2009.
A possível regularidade da chuva, mesmo ajudando na produtividade do agricultor do centro sul brasileiro, também vai ser um fator de pressão nos preços por beneficiar a área cultivada de países concorrentes, avalia o meteorologista da Somar, Paulo Etchichury.