Soja - Preço da soja recua 13,4% no mercado futuro
Data:
08/09/2009
Depois de apresentar uma trajetória de oscilação, o preço da soja no mercado futuro registra queda. O valor do bushel (equivalente a 27,215 quilos do grão) encerrou o mês de agosto em US$ 11,35.
No primeiro dia de setembro, no entanto, baixou para US$ 11 e nesta sexta-feira estava em US$ 9,82, uma queda de até 13,4%. A redução no valor do grão no mercado futuro internacional, que é referência para todos os sojicultores, é ruim para os produtores e sinaliza para um cenário, ainda, de incerteza para a safra 2009/2010.
O diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Marcelo Duarte, justifica que a retração no preço da commodity no mercado futuro é decorrente da perspectiva de uma boa safra americana e também argentina.
"Diante deste cenário, os preços tendem a ficar menores, já que haverá uma oferta maior do grão", diz ao informar que se as previsões se confirmarem os Estados Unidos colherá 90 milhões de toneladas e a Argentina 50 milhões de toneladas.
Duarte afirma que quando há uma boa notícia sobre a safra, os preços caem e ao contrário, quando há um imprevisto, sobretudo climático, os valores disparam. Ressalta que diante das incertezas, a orientação da entidade é de cautela, principalmente diante da possibilidade de o preço do bushel ser cotado por até US$ 6.
"Um analista americano chegou a fazer esta previsão durante a Bienal de Negócios da Agricultura, realizada no mês passado", diz ao acrescentar que cada US$ 1 do valor do bushel a menos, a queda em real é de R$ 4. Com estes números, acrescenta, se chegar a US$ 6, a perda nacional e mato-grossense será de R$ 16, por bushel.
Já o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, argumenta que a agricultura brasileira necessita de mais apoio do governo. "Não podemos depender apenas do clima, da tragédia registrada em outros países produtores para podermos ter bons preços".
Por conta desta oscilação nas cotações, o presidente diz que a comercialização está sendo difícil e que cerca de 15%, apenas foi travada, em virtude de operações de troca, ou seja, insumos por soja. Ele ressalta que diante desta conjuntura e mesmo se preparando para o plantio, os produtores estão apreensivos.