Trigo - Chuva eleva preços em até 62,50% e quebra safra
Data:
10/09/2009
As chuvas que atingem o Estado desde o feriado da Independência já começam a interferir no preço de frutas, legumes e verduras com aumentos de até 62,50%, como é caso do tomate na Central de Abastecimento de Curitiba (Ceasa). Além disso, a safra de trigo, atualmente em fase de plantio, deve ter uma quebra de 9% na produção da safra 2008/2009, segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura (Deral), Otmar Hubner.
Como a previsão é de que deve continuar a chover nos próximos dias, o engenheiro agrônomo acredita que o prejuízo deverá ser ainda maior. A estimativa inicial era de que o estado colhesse 3,8 milhões de toneladas. Agora a expectativa caiu para 3,17 milhões de toneladas. O Paraná é o maior produtor de trigo, com 50% da produção nacional. Até agora foram plantados apenas 7% da cultura. O plantio se encerra no mês de dezembro.
Em entrevista à Agência Brasil, Hubner disse que a chuva pode prejudicar também outras culturas, como a segunda safra de milho, aveia e cevada. Segundo ele, o plantio da safra de verão não deve ser prejudicado, pois a previsão é de que pare de chover no próximo final de semana. “Começamos a plantar o milho no final de setembro e a soja em outubro”.
De acordo com o engenheiro, o levantamento mais detalhado sobre as consequências dessas chuvas só ficará pronto no final do mês.
Supermercado — Na Ceasa de Curitiba, explicação para o aumento nos preços de alguns produtos é também a chuva. O argumento é que, além de destruir lavouras, ela impede a colheita. O gerente Valério Borba, disse que entre 30 variedades de frutas e hortaliças pesquisadas, seis já subiram de preço.
“Como fica difícil colher, nós trazemos os produtos de outros estados”, disse Borba. Entre os produtos que subiram e estão sendo importado de outros estados estão a batata e o tomate, que, nos últimos dias, teve aumento de 62% e 62,50%, respectivamente. O aipim subiu, 20%, e a vagem, 33%. “Assim que parar de chover, os preços estabilizam.”
No entanto, as informações de alguns produtores de hortaliças da Região Metropolitana de Curitiba era de que as chuvas ainda não haviam causado estragos nas plantações.