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Soja - Número de ocorrências de ferrugem asiática pode ser maior em Mato Grosso
Data: 15/09/2009
 
A incidência da ferrugem asiática – considerada o principal terror dos sojicultores mato-grossenses – pode ser maior na safra 09/10 devido à ocorrência de chuvas no período da estiagem. Apesar do período proibitivo para o plantio da soja entre dos dias 15 de junho e 15 de setembro – também conhecido como “vazio sanitário” -, técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) temem uma infestação maior da ferrugem da soja nas lavouras este ano.

De acordo com o engenheiro agrônomo Antônio Marcos Rodrigues, responsável pelo programa de Prevenção e Controle da Ferrugem Asiática da Soja no Estado, os produtores a cada ano estão mais conscientes da necessidade de não plantar soja no período do vazio sanitário, mas ainda não têm os números. “Estamos aguardando o restante dos relatórios para divulgar o levantamento sobre multas e notificações de plantios ilegais em Mato Grosso”, informou Rodrigues.

“A nossa preocupação é com os efeitos das chuvas que deram sobrevida às plantas tigüeras, que nasceram dos grãos na lavoura e podem dar origem à ferrugem”, diz o coordenador da Comissão de Defesa Vegetal da Superintendência Federal da Agricultura em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerra.

Ele informou que técnicos do Mapa constataram a presença de plantas tigüeras no meio das lavouras de milheto em propriedades de Campo Verde e Primavera do Leste. “O produtor deve ficar atento a possíveis plantas de soja que vão nascer e que podem não ser eliminadas com a dessecagem normal durante o plantio”.

Segundo Wanderlei Guerra, as chuvas que caíram sobre Mato Grosso nas últimas semanas foram prejudiciais aos produtores porque podem favorecer a ocorrência de ferrugem nas plantas vivas de soja que não foram destruídas após a colheita. “Em lavouras de girassol e crotalária também notamos vestígios de plantas tigüeras”, advertiu Guerra.

Lembrou que com a introdução do vazio sanitário - estratégia de manejo que visa reduzir a presença do fungo Phakopsora pachyrhizi, que é disseminado pelo vento - é possível diminuir a possibilidade de incidência da doença no período vegetativo e, conseqüentemente, reduzir o número de aplicações de fungicida para controle da doença.

No ano passado, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) fiscalizou 2.791 propriedades e registrou 340 notificações contra produtores que não fizeram a destruição total das plantas tigüeras nas lavouras de soja durante o período do vazio sanitário, propiciando a ocorrência da ferrugem asiática nas lavouras. Foram lavrados 76 autos de infração seguidos de multa contra os produtores que descumpriram a legislação. O Indea não informou os valores das multas aplicadas.

FIM - Durante o período do vazio sanitário, que termina hoje, os produtores ficaram proibidos de plantar soja para evitar a ocorrência da ferrugem asiática. Pela legislação, o plantio só poderá começar a partir de amanhã, 16. Somente áreas de pesquisa autorizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foram autorizadas a efetuar o plantio durante o período do vazio sanitário.


Fonte: Diário de Cuiabá
 
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