Valor do quilo de semente da Monsanto passou de R$ 0,35 para R$ 0,44, abaixo dos R$ 0,48 propostos. Produtores de soja pagam mais caro pelo uso de sementes transgênicas certificadas na safra 2009/2010. Os royalties cobrados pela Monsanto subiram 25,7% em agosto em relação à safra anterior. Com isso, o valor referente ao uso da tecnologia passou de R$ 0,35 para R$ 0,44 por quilo. A proposta inicial era de R$ 0,48, mas houve negociação com as sementeiras para estimular a adoção do produto com origem. Já o percentual exigido da utilização não autorizada continua em 2% sobre o valor da comercialização da safra. 'Atualmente, 70% da semente usada no Estado é ilegal. Além do diferencial de qualidade, queremos sensibilizar o produtor que é mais econômico comprar semente certificada do que pagar o royalty na venda. Mesmo com o novo custo, a taxa embutida na semente representa a metade do percentual na moega', analisa o presidente da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Estado (Apassul), Narciso Barison Neto. Nesta safra, a Monsanto flexibilizou o calendário e estipulou preços diferenciados de acordo com a data de pagamento: em 20 de outubro, o valor será de R$ 0,42, e em 20 de janeiro de 2010, de R$ 0,45. A empresa informa em nota que os valores flutuam de acordo com a estratégia comercial e consideram variáveis de mercado. O texto ainda aponta que a Monsanto vem recuperando o preço do royalty, que sofreu redução de R$ 0,50 na safra 2006/2007 para R$ 0,30 na safra 2007/2008. Com a correção, o valor total de 1 quilo de semente no Estado oscila entre R$ 1,00 e R$ 1,75, conforme a variedade. Apesar dos argumentos, os agricultores consideram o preço salgado e reclamam da forma unilateral com que os reajustes ocorrem: por meio de comunicado ao mercado. O presidente da Aprosoja/RS, Pedro Nardes, é contra qualquer tipo de cobrança. Ontem, ele participou de audiência pública na Comissão de Agricultura, em Brasília, onde representantes da entidade na Bahia, no Mato Grosso e no Pará reivindicaram o direito de reservar e replantar o grão sem pagar novamente royalties, taxas tecnológicas ou indenizações. 'Considerando a legislação de cultivares e a lei de patentes, a cobrança ocorre ilegalmente desde 2007', reclama Nardes. Ele lembra que produtores de Passo Fundo, Sertão e Santiago entraram com ação judicial para suspender o recolhimento. A Monsanto diz que o pagamento é o reconhecimento da propriedade intelectual, contribui para a continuidade da pesquisa e que o reajuste foi determinado após reunião com entidades de todo o país.