A retração de 10% no volume das exportações estaduais em agosto, comparadas com o saldo obtido em julho, custaram a Mato Grosso a segunda posição no ranking nacional dos maiores exportadores do agronegócio do Brasil. O Estado, que neste ano conquistou a segunda colocação, cedeu lugar ao Rio Grande do Sul, e agora ocupa o terceiro lugar, com volume de negócios de US$ 6,23 bilhões e participação de 14,27% do total nacional, contra receita de US$ 6,68 bilhões e participação de 14,36%, do Estado gaúcho.
Como aponta o economista e especialista em comércio exterior Vitor Galesso, mês a mês a balança comercial traz variações pontuais que podem provocar mudanças nas posições do ranking nacional. “Cada Estado tem um período determinado onde os embarques têm mais frequência e volumes. Certamente a perda da segunda posição de Mato Grosso ocorre porque no Rio Grande do Sul contabilizou mais vendas sazonais. Esse sobe e desce é comum e torna, na verdade, o ranking mais verdadeiro por retratar o momento”. Como explica ainda o especialista, a partir de agora, de agosto em diante, a sazonalidade estadual perde força com o fim da safra e a tendência é de que Mato Grosso “perca mais espaço”.
O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Mauro Mendes, frisa que as variáveis de mercado, até mesmo a atuação mais compradora de uma trading no Rio Grande do Sul, por exemplo, não significam que o Estado tenha produzido menos, “aliás, os indicadores de crescimento do Estado mostram a força das exportações que acumulam o segundo melhor saldo da balança comercial do Brasil e detém 38% das exportações de soja do Brasil”.
Apesar do recuo mensal, Mato Grosso contabiliza de janeiro a agosto de 2009 com as exportações receita de US$ 6,30 bilhões, volume que supera em mais de 16% os negócios contabilizados em igual período de 2008. Em agosto, o Estado obteve receita de US$ 804,09 bilhões, 10,5% a menos em relação a julho. Pouco mais de 60% do saldo das exportações vieram somente com as vendas de soja em grão (US$ 3,81 bilhões).(MP)