Vamos ver a situação nas principais regiões produtoras de feijão.
Em Minas Gerais, os grãos plantados em julho já estão no ponto de colheita. O agricultor Cislei Ribeiro tem 143 hectares plantados no município Unaí, norte de Minas. O cultivo é irrigado e a produção está sendo considerada boa pelo produtor.
No ano passado, a produtividade foi de 2800 quilos por hectare irrigado. Na safra deste ano, a média subiu para 3000 quilos.
Graças ao aumento na produtividade, o estado de Minas deverá produzir este ano um volume aproximado de 577 mil toneladas de feijão, segundo o IBGE. É um aumento de 2% em relação à safra anterior.
Apesar de pequena, essa diferença garante um recorde histórico de produção para as lavouras mineiras de feijão. Com mais produto no mercado, o preço recuou. A saca de 60 quilos, que no ano passado era vendida por 120 reais, este ano está saindo por 65 reais. “A maior dificuldade nossa é preço. O custo da lavoura que no nosso caso é a diesel é muito cara. O mercado está decaindo”, diz Cislei Ribeiro, agricultor.
Já nas lavouras de feijão de Goiás, o seu Tarcisio é produtor no município de Cristalina, região centro leste do estado.
Nesta safra, ele plantou 342 hectares de feijão carioquinha. Ele já fez a colheita de um terço dessa área. Agora, ele está preocupado porque em outra parte do terreno a colheita era pra ter começado há mais de dez dias. O problema é que a chuva está atrasando o trabalho.
Como a planta está úmida, a colheitadeira não consegue separar o grão da vagem. Até manualmente é difícil fazer esta separação. Para começar a colheita é preciso que as chuvas parem e que faça dois dias de sol.
Alguns grãos perdem qualidade, mas outros não podem nem ser aproveitados. Na área em que a colheita foi feita no tempo certo, o produtor tirou 57 sacas por hectare, mas por causa do atraso a produtividade vai ser menor.
“A produtividade estimada mais ou menos desta lavoura é em torno de 50 sacas por hectare. Se continuar chovendo ela vai caindo gradativamente e a gente não sabe como fica o tempo", diz o produtor Tarcisio Langer.
A terceira safra responde por pouco mais de 10% da produção total de feijão do Brasil.