Geral - Produção vegetal lidera atividade agropecuária
Data:
01/10/2009
O Censo Agropecuário do Brasil foi divulgado ontem pelo IBGE e revela a maior participação da produção vegetal
Fortaleza. Mesmo com a expansão da pecuária no País, a agricultura continua tendo um peso maior no rendimento da produção total dos estabelecimentos pesquisados no Censo Agropecuário, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos R$ 147,269 bilhões da produção total, a agricultura vegetal participou com 77,07%, ou R$ 113,494 bilhões. Dentro da produção vegetal, 64,61% foram obtidos pelas culturas de lavoura temporária, 22,25% pelas de lavoura permanente, 7,55% pela silvicultura, 3,85% pela horticultura, 1,18% pela extração vegetal e 0,56% pela floricultura.
Já em relação à produção animal, que corresponde a 20,7% da produção total, a maior concentração foi nas atividades ligadas aos animais de grande porte, responsável por 44,71%, ou R$ 13,647 bilhões da produção animal total. A produção de aves foi a segunda mais expressiva, com R$ 10,548 bilhões, ou 34,56% da produção animal total. Os animais de médio porte e os pequenos animais obtiveram 17,01% e 3,72% da produção, respectivamente. A agroindústria responde pelo restante: apenas 2,2%.
Lavouras
Dentre as lavouras, o milho obteve destaque com o desenvolvimento de novas variedades híbridas, que respondem melhor à adubação e são mais resistentes. O rendimento médio da produção, que em 1985 foi de 1.476kg por hectare, atingiu 3.606kg por hectare em 2006, crescimento de 144,3%.
Em 2006, o milho foi cultivado em cerca de 2 milhões de estabelecimentos que produziram 42,3 milhões de toneladas em 11,7 milhões de hectares, alcançando R$ 11,4 bilhões. Na última década, a cultura teve grandes incrementos de produtividade (47,7%), bem superior à produção de soja (11,5%). O aumento da produtividade, juntamente com o aumento de 12,2% na área colhida, proporcionou um crescimento de 65,7% na produção nacional.
Um dado positivo trazido pelo Censo Agropecuário é em relação ao acesso à energia elétrica. Em 1996, dos 4,85 milhões de estabelecimentos agropecuários, 39% informaram possuir energia elétrica originada de, pelo menos, uma modalidade (gerada no estabelecimento, obtida por cessão ou comprada de distribuidora).
Em 2006, mesmo com incremento de 6,5% no número de estabelecimentos (5,17 milhões), 68,1% deles (3,52 milhões) atestaram possuir energia elétrica obtida de pelo menos uma modalidade.
O maior crescimento de utilização (41,6%) ocorreu no Nordeste, onde a energia elétrica chegou a 1,5 milhão de estabelecimentos rurais (61,5% do total da região). O Norte vem em seguida, com incremento de 27,4 pontos percentuais em relação a 1996, onde a energia elétrica chegou a 38% dos estabelecimentos. As unidades que dispõem de energia elétrica no Centro-Oeste são 73,1% do total. Já as regiões Sudeste e Sul apresentaram incrementos de 20,5 e 10,3 pontos percentuais, culminando em 82,3% e 84% a proporção de uso de energia elétrica nos estabelecimentos.
Diagnóstico
Realizado desde 1920, o Censo Agropecuário busca traçar um perfil da atividade agropecuária e as características dos produtores brasileiros. Os resultados referem-se a dados como estrutura fundiária, produção, técnicas, pessoal ocupado e finanças. Traz, ainda, dados de recursos hídricos, agricultura familiar e agricultura orgânica, fontes de energia e utilização de agrotóxicos. A pesquisa traz dados colhidos durante o ano de 2006 e faz um comparativo com os dois últimos censos, realizados em 1986 e 1996.