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Boi Gordo - Arroba tem desvalorização de 8% em Mato Grosso
Data: 02/10/2009
 
O preço da arroba do boi gordo desvalorizou 8% nos nove primeiros meses deste ano. O valor cotado em janeiro foi de R$ 75 e no fim de setembro chegou a R$ 69. Os números são da Associação dos Produtores Rurais de Mato Grosso (APR). Já com relação aos preços praticados no primeiro dia de outubro, dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que em Cuiabá o boi gordo foi negociado a R$ 68,75 (preço à vista), passando para 8,3% a retração nos preços se comparado ao praticado no primeiro mês de 2009.

A cotação da arroba da vaca segue a mesma trajetória de queda observada no boi. Em setembro foi vendida por R$ 65, ante os R$ 70 praticados em janeiro, o que equivale a um recuo de 7,1% nos preços. Com estes números, setembro e outubro figuram com resultados contrários ao esperado no período, já que é justamente nestes meses seguindo até dezembro que a pecuária passa pela entressafra, quando tenderia para uma elevação nos preços. Isso porque a disponibilidade de gado pronto para o abate nesta época reduz, em decorrência da dificuldade de engorda.

Com a suplementação na alimentação e outros procedimentos, os pecuaristas conseguem engordar os animais mesmo no período mais escasso de pasto natural, e diante da pouca oferta de produto no mercado, o preço da arroba é majorado, dando oportunidade aos pecuaristas de recuperarem a rentabilidade. Porém, desde o ano passado, isso não está sendo possível, já que a realização de confinamentos no Estado está equilibrando a oferta de animais no período em que o mercado teria mais dificuldade.

O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, explica que mesmo com uma redução de 7,2% na quantidade de animais confinados este ano, em relação a 2008, o volume de animais está sendo suficiente para derrubar os preços. O número de animais confinados este ano foi de 536 mil, contra 497 mil do ano passado. "Os preços tendem a se recuperar a partir deste mês e em dezembro deve voltar aos patamares anteriores, justamente porque termina o período de colocação de animais de confinamento no mercado", afirma Vacari ao adiantar que a perspectiva é que não haja mais queda de preço. A mesma explicação, conforme o superintendente da Acrimat, pode ser aplicada ao desempenho da arroba da vaca.

Rastreado - Os preços apurados pela APR são de gado rastreado. Segundo Vacari, a arroba deste animal é até R$ 4 mais cara que o do não rastreado. No entanto, a diferença ainda não compensa o investimento que o pecuarista faz para cadastrar o rebanho do Sistema Brasileiro de Rastreabilidade (Sisbov).

"Os frigoríficos estão pagando pouco e diante disso o produtor fica desestimulado a cadastrar no Sisbov. Sem contar a burocracia e a demora até que a fazenda seja auditada pelo Ministério da Agricultura", pondera o superintendente da Acrimat.


Fonte: A Gazeta
 
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