Soja - Preços Internacionais Se Mantêm Em "Zona De Conforto"
Data:
02/10/2009
Os contratos futuros de soja da Bolsa de Chicago (CBOT) continuam a oscilar dentro de uma estreita faixa de preço, relutando em ceder à pressão baixista exercida pela colheita nos Estados Unidos. Ontem, os lotes para entrega em novembro fecharam em queda de 0,97%, cotados a US$ 9,18 o bushel, limitando-se a corrigir a valorização do dia anterior.
Desde o dia 21, a commodity oscila entre US$ 9,05 e US$ 9,31 o bushel. Segundo analistas, trata-se de uma zona de conforto momentânea, capaz de acomodar tanto a perspectiva de uma safra recorde quanto os fatores altistas de curto prazo, como a escassez de produto para entrega imediata e a forte demanda dos exportadores.
Analistas ponderam, contudo, que o preços da soja continua a apresenta um viés baixista. "A demanda sólida e a escassez de oferta continuam a sustentar o mercado, mas está difícil estimular os especuladores a comprar e a puxar os preços às vésperas de uma grande colheita", afirma Jack Scoville, analista da corretora Price Futures Group, em Chicago.
A perspectiva é de que o mercado continue a andar de lado até que seus participantes tenham um cenário mais claro em relação à nova safra. A expectativa pelos primeiros relatórios de produtividade do Meio-Oeste americano é grande. No dia 9, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga seu relatório mensal de oferta e demanda, fundamental para que o mercado encontre uma direção.
A safra 2009/10 está atrasada em relação aos anos anteriores, o que deixou as lavouras vulneráveis às baixas temperaturas desta época do ano. O temor de geadas no Cinturão do Milho foi um dos principais fatores a sustentar os preços ao longo das última semanas.
Para os próximos dias, a agência DTN Meteorlogix prevê clima frio e úmido para a região, condição desfavorável para a maturação das lavouras e para a colheita das lavouras mais precoces.
Exportações americanas superam expectativas
Os Estados Unidos venderam mais de 1,38 milhão de toneladas de soja da safra 2009/10 na semana encerrada em 24 de setembro, de acordo com relatório divulgado ontem pelo USDA. O volume ficou bem acima do topo das expectativas do mercado, que oscilavam entre 700 mil e 1 milhões de toneladas, e superou em 20% o volume apurado na semana passada. A China continua sendo o grande mercado para a soja americana, com a aquisição de 808,8 mil toneladas.
Com apenas quatro semanas desde o início da temporada 2009/10, os Estados Unidos já asseguraram a venda de 19,41 milhões de toneladas de soja, o equivalente a 55,7% das exportações previstas para o período. Em igual período do ano passado, os americanos haviam negociado pouco mais de 9,9 milhões de toneladas - 28,4% do total.
No Brasil, embarques perdem força
A antecipação dos embarques de soja neste ano, motivada por preço e câmbio mais atraentes, resultou em queda nos embarques do complexo no mês de setembro na comparação com agosto e também ante setembro de 2008. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações de soja em grão somaram 1,83 milhão de toneladas no mês que passou, ante 2,97 milhões em agosto e 1,86 milhão em setembro/08.