Registro - Sperotto é reeleito para presidência da Farsul
Data:
06/10/2009
O sorriso de vencedor estava no rosto de Carlos Sperotto antes mesmo da confirmação de seu quinto mandato à frente da Farsul. Após a vitória por 95 a 40 votos na eleição realizada ontem, em Porto Alegre, ele reiterou que entrará no 13º ano na liderança da federação para dar continuidade ao trabalho, sem novidades. Entre as prioridades, o dirigente destacou a questão ambiental, o combate à desestabilização do direito de propriedade e à desvirtuação da economia com índices de produtividade.
Sperotto prometeu trabalhar para reduzir os custos de produção, independentemente do tamanho da propriedade, e criticou a divisão feita pela União entre pequenos e grandes agricultores. Questionado sobre a oposição ao governo federal informou que, nos próximos dias, assumirá a Câmara Técnica de Comércio Exterior. 'Se isso é ser oposição...', debochou.
Enquanto entre os partidários de Sperotto o clima era de comemoração, outro grupo comentava a derrota de Armando Roos. 'Isso mostra que a agropecuária não tem problemas. Não tem dívida, reserva legal, índices de produtividade nem royalties', ironizou o presidente do Sindicato Rural de Tapes, Luiz Carlos Chemale. Abatido, Roos disse que imaginava ter grande chance de vitória. 'Os sindicatos optaram pelo continuismo.' Contudo, avaliou que a candidatura abre caminho para a alternância de poder. No pleito anterior, a oposição somou 31 votos.
A nova diretoria da Farsul, a ser empossada em janeiro de 2010, terá desafios relacionados à garantia de renda, à ampliação da assessoria técnica e à aplicação de recursos dos sindicatos rurais. Os produtores cobram posicionamento firme nas negociações sobre meio ambiente e reforma agrária, além de mudanças no estatuto.
As expectativas variam, mas é senso comum que garantia de renda requer planejamento. Atrás disso, militantes foram ontem à praça Saint Pastous fardados com camisetas das chapas para marcar território, munidos de cadeiras e chimarrão.
O que os produtores esperam da diretoria
- Defesa de condições que assegurem rentabilidade mínima ao homem do campo; - Pressão para implantação de seguro agrícola e política de preços mínimos compatíveis aos custos; - Maior diálogo com a indústria frigorífica; - Programas para alavancar o mercado de cordeiro; - Aumento da consultoria técnica; - Redirecionamento da aplicação de verbas; - Modificação de estatuto da federação para permitir apenas uma reeleição; - Pleito com voto aberto; - Inensificação da pressão por mudança do Código Florestal.