Milho - Aprosoja pede mais três leilões de milho ao Mapa
Data:
08/10/2009
A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja) está defendendo a realização de mais três leilões para zerar o estoque de milho no Estado, estimado em cerca de 2 milhões de toneladas. “Queremos que o governo federal faça também as adequações necessárias para garantir o cumprimento do pagamento do preço mínimo ao produtor (R$ 13,20)”, afirma o diretor administrativo da entidade, Carlos Fávaro. Ele informou que na próxima semana a Conab deverá realizar mais um leilão de milho, num total de 800 mil toneladas, sendo 590 mil toneladas só de Mato Grosso. “Estamos buscando recursos para garantirmos a realização do terceiro leilão”, disse.
Segundo Fávaro, até agora já foram realizados sete leilões de PEP (Prêmio Escoamento do Produto) e dois leilões de Pepro do milho, totalizando cerca de 6 milhões de toneladas. “Se conseguirmos mais três leilões praticamente vamos zerar nosso estoque”.
Além dos leilões já realizados até agora, foram comercializados ainda 1,41 milhão de toneladas em contratos de opção e 380 mil toneladas em AGF (Aquisição do Governo Federal). De acordo com o gerente de Operações da Superintendência Regional da Conab, Charles Córdoba, a companhia já fez a remoção de 543 mil toneladas de milho dos armazéns credenciados. As empresas arrematantes dos leilões têm até janeiro de 2010 para fazer a remoção da produção adquirida.
Na opinião do diretor da Aprosoja/MT, os leilões de milho não podem parar. Na semana passada, o governo federal suspendeu o edital que previa mais um leilão para esta semana. “Além dos leilões, estamos trabalhando em outras frentes para conseguir mais recursos junto ao Ministério da Agricultura”, informa Fávaro.
SOJA
Hoje, diretores da Aprosoja estarão em Brasília e vão até o Ministério, para tentar garantir cerca de R$ 1 bilhão no orçamento do governo federal para apoio à comercialização da Safra 2009/2010 de soja no Estado, via PEP.
O cenário que está sendo desenhado aponta poucos negócios fechados e já registra um resultado negativo porque a diferença entre a valorização do real frente o dólar e a cotação da soja na Bolsa de Chicago, não cobrem os custos de produção.
“Tínhamos um pré-cenário que vislumbrou a arrancada da safra com números melhores porque os custos de produção estão menores este ano. Mas agora as coisas começam a mudar de direção”, pontua o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, acrescentando que é preciso trabalhar de maneira preventiva “porque se realmente for necessário, quando chegar o momento de apoiar a comercialização o governo não terá como fazer nada porque o recurso não foi alocado no orçamento”.
Esta semana, analistas de consultorias diferentes já contabilizam prejuízos aos produtores de soja em Mato Grosso. O valor no vermelho chega a R$ 42 por hectare, segundo informou André Pessôa, da Agroconsult, ao jornal Valor Econômico, levando-se em conta o dólar a R$ 1,80 e o bushel a US$ 8,50.
Pelos cálculos realizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e que subsidiarão o pedido de apoio à comercialização a ser feito pela Aprosoja/MT ao Mapa, os prejuízos variam entre R$ 1,80 e R$ 2 por saca, com o dólar a R$ 1,80 e o bushel a US$ 8,90.
Até agora, a comercialização da safra 09/10 atingiu apenas metade da registrada na safra 08/09, que nessa mesma época no ano passado chegou a 40% do total da produção mato-grossense.