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Safra - Indústria questiona estratégia para safra
Data: 22/10/2009
 
Governo federal pretende limitar a importação de produto argentinoA avaliação do governo federal de que há necessidade de limitar a entrada de trigo argentino para proteger a safra nacional foi questionada por integrantes da indústria de moinhos.

Em audiência em Brasília, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, apresentou a estratégia de atuar em três frentes para reverter a queda do preço do trigo no mercado interno e levar as cotações ao nível mais próximo do preço mínimo estipulado pelo governo, de R$ 530 a tonelada. A meta é solicitar o fim da importação automática da Argentina, insistir no pedido de aumento da Tarifa Externa Comum de 10% para 35% e intervir no mercado por meio de leilões de apoio à comercialização.

– O consumidor pode ficar tranquilo. Não é uma ação que vai fazer com que o preço do pãozinho aumente – afirmou Stephanes.

O governo começará a realizar leilão de Prêmio de Escoamento de Produto para trigo a partir da próxima semana, até janeiro de 2010. Nesse período, deverão ser negociadas até 4 milhões de toneladas.

Segundo o diretor-presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, a leitura feita pelo Ministério da Agricultura é completamente diferente da do mercado, como a da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que estimam a produção argentina de 2009 como a menor dos últimos anos. Com isso, o país reduzirá sensivelmente o saldo exportador.

– Num cálculo otimista, o Mercosul deverá dispor de 3,7 milhões de toneladas, sendo pouco mais de 2 milhões de toneladas da Argentina. O Brasil, que esperava colher 5,8 milhões de toneladas, terá 3,8 milhões por causa de problemas climáticos e, desse volume, não mais que 2 milhões poderão ser aproveitados para moagem – diz Pih.

Considerando a necessidade brasileira de 9,3 milhões de toneladas de trigo em grão no período de 12 meses, o Brasil ainda terá de importar de fora do Mercosul 5,7 milhões de toneladas, segundo o executivo do Pacífico, maior processador de trigo do país.

Curtíssima

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag) definiu ontem a realização de mobilizações nos dias 28 e 29. O motivo se deve à falta de sinalização de novos recursos pelo governo federal para o crédito emergencial de agricultores familiares atingidos pela estiagem no começo do ano.


Fonte: Zero Hora
 
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