De acordo com o Deral, treze por cento da soja e 69% do milho estão plantados. Não fossem as chuvas, o índice seria maior. Além de causar problemas para a safra de verão, o mau tempo está prejudicando a colheita do trigo.
Nas propriedades o que se vê são máquinas paradas. No galpão da cooperativa em Tibagi há pouco trigo estocado.
“A colheita está sendo prejudicada. O produto não consegue ir com as máquinas ao campo. A cooperativa está pronta para receber a produção. Estamos com o espaço vazio por causa das chuvas deste mês”, explicou Fábio Valério, gerente da cooperativa.
Na fazenda que seu Carlos Ambrósio administra dez por cento do trigo plantado não se desenvolveu bem. “Agora, estamos perdendo a hora da colheita, o ponto ideal da colheita. Com isso, vai perdendo em peso”, falou.
Na propriedade de seu Luiz Mendes, num único dia de tempo firme só foram colhidos seis dos 90 hectares plantados. O que ainda está no campo desanima o produto. A cor escura dos cachos é sinal de que boa parte da lavoura está comprometida.
Mas a chuva não causou só atraso na colheita. Com o excesso de água, vários fungos apareceram nas lavouras e a qualidade do trigo ficou prejudicada.
“Cada dia de chuva o prejuízo aumenta. Nós perdemos tanto no aspecto quantitativo quanto no aspecto qualitativo, chegando até a acontecer de não colher nem trigo. O produto perde a qualidade total e vai para triguilho, ou seja, vai para ração. Não se serve mais para a panificação”, explicou o agrônomo Mauro Logullo.
No Paraná, o trigo de melhor qualidade está sendo vendido por R$ 25 a saca. Já o triguilho sai por R$ 13.