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Soja - Preços devem se manter firmes na bolsa de Chicago
Data: 26/10/2009
 
Os preços internacionais da soja devem ficar firmes na próxima semana, sustentados pelo crescente interesse de compra dos especuladores nos mercados de commodities e pelas preocupações com a colheita nos Estados Unidos.

O contrato mais líquido na Bolsa de Chicago (CBOT), com vencimento em novembro, acumulou valorização de 2,92% na semana passada, fechando a sexta-feira a US$ 10,06 o bushel. O vencimento chegou a ser negociado a US$ 10,2550 o bushel, maior cotação desde 13 de agosto.

Nos últimos 30 dias, a soja já subiu 9,29%, contrariando as expectativas de queda em um período sazonalmente baixista devido à colheita nos Estados Unidos. A variação é idêntica à do índice CRB - média ponderada dos preços de commodities metálicas, energéticas e agrícolas.

Os fundos estão ampliando sua exposição às commodities em operações de hedge contra o dólar, que continua a perder valor entre uma cesta de moedas. Segundo analistas, esse movimento é o principal responsável pela alta da soja nas últimas semanas.

Os fundamentos justificariam preços mais baixos, já que os Estados Unidos estão colhendo uma safra recorde, o que deve acontecer também com a América do Sul, daqui a alguns meses. Contudo, a colheita está bastante atrasada por causa das chuvas nos estados produtores do Meio-Oeste, o que alimenta especulações quanto a perdas de produção e qualidade.

Até domingo passado (18), os produtores americanos haviam colhido apenas 30% da nova safra. Em igual período em anos passados, mais de 70% dos trabalhos haviam sido concluídos. Nesta segunda-feira, o USDA divulga seu relatório de acompanhamento de safra, com a última atualização sobre a colheita da safra 2010. A expectativa é de que tenha avançado para, no máximo, 45% no fim de semana.

Para o analista da corretora paranaense Cerealpar, Steve Cachia, os preços devem continuar firmes, em torno de US$ 10 o bushel, nos próximos dias. "Sazonalmente, o mercado poderia devolver alguns ganhos. Mas os preços serão influenciados pelo mercado financeiro e o clima nos EUA", previu.

A alta da soja em Chicago ajudou a, no máximo, sustentar as cotações no Brasil. O indicador Cepea/Esalq (média de cinco regiões paranaenses) subiu apenas 0,7% na semana passada, acumulando alta de 1,1% nos últimos 30 dias.

O descolamento dos mercados brasileiro e americano é considerado normal nesta época do ano, quando os compradores internacionais se voltam para os Estados Unidos. Por isso, não há mais prêmios para embarque de soja brasileira este ano.

O dólar também pesa sobre os preços em real. Embora tenha se mantido firme na semana passada, em reação à decisão do governo de sobretaxar a entrada de capital especulativo estrangeiro, a moeda americana registrou desvalorização de 4,1% nos últimos 30 dias.


Fonte: CBOT/Agência Estado

 
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