Reunião ontem, em Brasília, debateu possibilidades para desovar safra estocada no RS
O governo federal garantiu, ontem, que os triticultores gaúchos terão acesso a mecanismos de apoio à comercialização do grão a exemplo do que ocorre em outros estados onde a colheita está mais adiantada, mas não assegurou quais serão eles e nem quando estarão à disposição. A comitiva pediu R$ 600 milhões divididos igualmente em operações de Aquisição do Governo Federal (AGF), Prêmio de Escoamento da Produção (PEP) e contratos de opção.
Após encontro com o secretário-adjunto de Microfinanças e Política Econômica do Ministério da Fazenda, GilsoBittencourt, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto e o secretário da Agricultura, João Carlos Machado, disseram esperar um posicionamento oficial sobre os pleitos nos próximos dias. "Saímos confiantes pela receptividade onde, normalmente, a posição era de frontal contrariedade", disse Sperotto.
Já o presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, estima que, a partir da próxima semana, quando a colheita atingir 40% da área estimada no Estado, possa ser lançado o edital do primeiro leilão de PEP e autorizadas as demais operações.
De acordo Polidoro Pinto, com os recursos solicitados seria possível desovar as 250 mil toneladas de trigo da safra velha e escoar parte da nova safra que está sendo colhida, reduzindo a pressão sobre os preços. O grupo também reforçou a necessidade de aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% para 35% para frear a entrada de produção concorrente a preços considerados "desleais pela cadeia produtiva". O Ministério da Fazenda foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou.