Diferente de setembro, quanto terminou o mês em alta generalizada de preços, o mercado brasileiro de boi gordo fechou outubro pressionado e com preços em baixa diante da boa oferta de final de confinamento. Os frigoríficos de modo geral compraram bem no período e avançaram nas escalas de abate, em alguns casos até a primeira quinzena de novembro. “Os confinadores seguem liquidando lotes e mantendo escalas em condições de atender a demanda interna e as exportações de curto prazo, enquanto o atacado enfrenta forte baixa”, comenta Paulo Molinari, analista de Safras. Segundo o analista, o foco de mercado, agora, está na entrada da safra 2010 a partir deste mês de novembro, quando a comercialização muda de perfil, e na velocidade da venda por parte dos pecuaristas. Como em novembro já não há mais gado confinado em volume, o mercado passa a se tornar dependente de uma oferta de gado de pastagem mais acentuada. “A decisão de venda deste gado de pastagem por parte do pecuarista, além da demanda, é que definirá a condição de sustentação ou não dos preços do boi gordo neste fechamento de 2009”, diz o analista de Safras. Na sua opinião, se os pecuaristas esperam alguma mudança de ambiente em novembro, terão que voltar a promover uma queda nas escalas nos frigoríficos e algum espaço para o enxugamento de oferta no atacado. “Caso contrário, o boi gordo acabará limitado na sua condição de recuperação de preços nas próximas semanas”, enfatiza. Em São Paulo, a arroba encerrou outubro cotada a R$ 75/76,00 bruto contra R$ 79/80,00 de abertura do período. No atacado, os cortes casados de traseiro e dianteiro terminaram em R$ 6,20 x 3,40 depois de experimentar patamares de até R$ 5,80 x 3,30. Em Mato Grosso do Sul, a arroba foi cotada a R$ 70,00 nessa quinta-feira (29), contra R$ 73/76,00 de abertura do mês (02/10). Em Mato Grosso, preços oscilaram entre R$ 66/69,00 contra R$ 66/71,00 de 02 de outubro. Conforme o analista de Safras, outro fator importante para o mercado nesse final de semestre é o perfil do consumo no setor carnes. Relatório do USDA para oferta e demanda mundial de carnes, divulgado na semana passada, com atualizações para 2009 e projeções para 2010, mostrou que a produção de carne bovina seguirá em queda, para 56,4 milhões de toneladas, ou -0,7%.