Registro - Rendimento gaúcho está entre os mais baixos
Data:
18/11/2009
A série histórica de acompanhamento de safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que o Rio Grande do Sul tem a menor produtividade média da lavoura de soja no Brasil.
Nos últimos seis anos, por cinco vezes os agricultores gaúchos amargaram o pior rendimento. Terceiro maior produtor do grão do país, atrás de Mato Grosso e Paraná, o Estado também ocupou uma posição frágil no ranking da eficiência mesmo em ano de colheita recorde. Em 2007, quando o clima ajudou e a safra chegou a 9,9 milhões de toneladas. Mesmo assim, foi a terceira produtividade mais baixa do Brasil.
Na avaliação do chefe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Passo Fundo, Gilberto Cunha, a explicação para o desempenho gaúcho está no nível de utilização de tecnologia, no abandono de técnicas recomendadas de manejo e, pontualmente, no clima.
Cunha entende ainda que, pela maior rentabilidade da soja, os produtores abandonaram a rotação de culturas, técnica que diminui o risco de doenças e preserva o solo.
Apesar de o menor volume por hectare, o sojicultor gaúcho ainda consegue rentabilidade, observa o analista Flávio França Júnior, da Safras & Mercado. A localização das lavouras, próximas às indústrias e ao Porto de Rio Grande, permite ao agricultor negociar o grão por um valor superior ao Centro Oeste.
Na produção de milho, a posição gaúcha é um pouco melhor. Nas últimas quatro safras, o Estado ficou entre a sexta e a 10ª colocação. Em arroz, o Rio Grande é o segundo, ultrapassado por Santa Catarina.